Mãe e bebê de 1 ano são resgatados de cárcere privado no Rio

Uma mulher de 28 anos e seu filho de apenas 1 ano foram resgatados por policiais civis nesta quarta-feira (9), após passarem uma semana em cárcere privado numa residência na comunidade de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. O autor do crime, ex-companheiro da vítima e pai da criança, foi preso em flagrante.

A ação foi realizada em conjunto por agentes da 20ª DP (Vila Isabel) e da 32ª DP (Taquara), após uma denúncia anônima ser registrada na delegacia. No momento da chegada das equipes ao imóvel, a mulher apresentava um estado letárgico, resultado do uso contínuo de medicamentos que era obrigada a ingerir pelo agressor.

De acordo com as investigações, o suspeito manteve a vítima isolada, sem acesso a celular ou contato externo. Em um momento de distração do criminoso, a mulher conseguiu enviar uma mensagem para uma familiar, relatando a situação de violência. A partir disso, a polícia agiu de forma imediata, garantindo a segurança da mãe e do bebê. 

Além do cárcere, a vítima denunciou que sofria agressões físicas frequentes e constantes ameaças de morte. O homem também foi autuado por violência psicológica.

Em depoimento, a mulher revelou que manteve um relacionamento conturbado com o agressor durante dois anos. O casal vivia em um condomínio dominado por uma facção criminosa, em Duque de Caxias, onde o homem atuava cobrando taxas de moradores. Após se apropriar de cerca de R$ 2 mil da facção, ele fugiu e a companheira acabou sendo expulsa do local dias depois.

Sem ter onde morar, ela tentou abrigo na casa de parentes, mas foi novamente expulsa por conta do domínio territorial da mesma organização criminosa. Fragilizada, aceitou se reencontrar com o ex-companheiro em um motel na Baixada Fluminense, onde ele passou a usar o filho como forma de controle emocional, impedindo que ela deixasse o local.

Posteriormente, o homem a levou para a comunidade de Rio das Pedras, onde manteve ambos em cárcere. A prisão em flagrante foi efetuada após o resgate, e o criminoso agora responderá pelos crimes de cárcere privado, ameaça e violência psicológica.

As vítimas foram acolhidas e seguem recebendo acompanhamento da rede de proteção.