Justiça
'Luta não acabou', diz mãe de bebê que saiu de creche ferida
Diretora foi presa por manter unidade em condições insalubres
Após a prisão da diretora da Creche Comunitária Golda Meir, no bairro Jacaré, na Zona Norte do Rio, nesta quarta-feira (2), devido às condições insalubres do local, a mãe de uma criança de 1 ano e 2 meses que fez uma denúncia de maus-tratos contra a unidade declarou que "a luta ainda não acabou".
Carolina Carvalho prestou queixa à polícia após buscar sua filha e encontrá-la com ferimentos em diversas partes do corpo, na tarde de segunda-feira (30).
A ação policial desta quarta foi motivada pela denúncia de maus-tratos. No entanto, a prisão da diretora foi realizada por agentes da 25ª DP (Engenho Novo), após a constatação das irregularidades na unidade.
A creche, que operava sob a ONG Associação Cultural Esporte e Lazer Flor da Amizade, foi alvo de uma inspeção feita por auditores da IVISA-Rio, que identificaram instalações inadequadas e condições estruturais e sanitárias comprometidas.
Entre os problemas encontrados estavam a falta de limpeza no piso, armários e na cozinha, além de vetores no quarto destinado às crianças e alimentos armazenados de forma irregular e fora da validade.
"Ganhamos uma batalha, mas ainda tem mais batalhas pela frente! Pra contextualizar vocês: a diretora foi presa, por questões relacionadas à escola. Após realizarmos a denúncia de maus-tratos, a Vigilância Sanitária junto da Polícia Civil, compareceram na escola e constataram a falta de condições de funcionamento", contou a mãe Carolina Carvalho.
Carolina continuou dizendo sobre os problemas encontrados e que ainda não teve acesso ao laudo do corpo de delito da filha bebê:
"Insalubridade, alimentos vencidos, falta de grades, problemas nas mesas e cadeiras, entre outras coisas. Por essa razão, ela [a diretora] foi presa... pela prestação de serviço inapta, envolvendo crianças. A denúncia de maus-tratos ainda está em investigação. Ainda não tivemos acesso ao laudo do corpo de delito", explicou.
Maus-tratos
Segundo Carolina, ao chegar na creche por volta das 17h30 de segunda (30), ela se deparou com a filha machucada, apresentando hematomas no rosto, nas orelhas, nas costas e em um dos braços, além de sangramento no nariz.
A diretora da creche foi quem entregou a criança à mãe e, ao ser questionada sobre as lesões, informou que a menina teria sofrido uma crise alérgica.
A menina recebeu atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Engenho Novo, onde foram confirmados apenas ferimentos superficiais, sem indícios de lesões internas, de acordo com a mãe.
O fato foi registrado na 25ª DP (Engenho Novo). A Polícia Civil informou que a criança foi encaminhada para um exame de corpo de delito e depoimentos de testemunhas estão sendo coletados para elucidar a situação.
Ao ENFOCO, Carolina Carvalho disse que sua advogada já fez uma petição, solicitando que até esta sexta-feira (4) o resultado dos exames fique disponível.
"Se há justiça nessa terra, ela também irá responder por esse crime. Não podemos deixar cair no esquecimento público. Vamos ficar em cima!", escreveu a mãe, em um story no Instagram.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!