Ofício
Caso Rhuan: Alerj vai solicitar informações sobre conduta da PM
Família do jovem se reuniu com Comissão de Direitos Humanos
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembeia Legislativa do Rio (Alerj) informou que oficiar a Polícia Militar, em especial o 7º BPM (São Gonçalo), pedindo esclarecimentos sobre protocolos de atuação, uso de câmeras corporais e apreensão de munições de agentes, no caso da abordagem que acabou gerando a morte do empresário Rhuan Rodrigues Pereira, de 20 anos, em um dos acessos ao Complexo do Salgueiro, na madrugada de segunda (19).
A decisão foi tomada durante reunião, nesta nesta quinta-feira (22), na qual participaram Fernanda Rodrigues, mãe de Rhuan, testemunhas, primos e tias do jovem. Na reunião, além do acolhimento dos enlutados, foi definido também que a Comissão da Alerj também acionará o Ministério Público para que as testemunhas sejam ouvidas pelo órgão e que a investigação seja conduzida com rigor e celeridade pela Delegacia de Homicídios de São Gonçalo, Niterói e Itaboraí (DHNSGI).
A família de Rhuan será encaminhada ainda para acompanhamento psicossocial, de acordo com presidente da Comissão, a deputada estadual Dani Monteiro (PSOL).
"Vamos, especialmente, para dar esse apoio à saúde mental desta família, que é uma grande preocupação nossa. Então, também deixamos aqui à disposição o atendimento por parte do Núcleo de Atenção Psicossocial a Afetados pela Violência de Estado (Napave). Nossa comissão oficiará o 7ºBPM, buscará o Ministério Público para que se insira neste caso, haja vista uma má conduta dos agentes. Seguiremos atendendo também os parentes de Rhuan, não apenas aqui na Comissão, mas monitorando a segurança e a luta por justiça da família", afirmou a deputada Dani Monteiro.
O que disse a família?
A mãe Rhuan, Fernanda Rodrigues, disse que se sentiu muito acolhida pelo acompanhamento e que sabe que será uma ajuda necessária nas investigações. Além disso, contou como soube da morte do filho.
"Eu estava dormindo e recebi a ligação de uma vizinha, que estava me procurando por volta de meia-noite. Quando vi a chamada eu já sabia que tinha coisa errada e pensei: 'Tem algo errado com meu filho. Então eu liguei para ele, mas não atendeu. Uma amiga dele atendeu depois e pediu que eu fosse ao hospital, dizendo que ele tinha sofrido um acidente e já estava na sala de cirurgia", relatou.
Fernanda disse ainda que ficou "desnorteada" ao saber do ocorrido. Ao se arrumar para sair, ela percebeu que sua filha Beatriz já estava em seu portão para levá-la ao hospital. Foi quando ela recebeu a notícia de que Rhuan tinha sido baleado.
"Ela não soube explicar detalhes. Achávamos que tinha sido somente um tiro mas, ao chegar no local, descobrimos que tinham sido dois e de fuzil", completou a mãe da vítima.
'Coração dilacerado'
A mãe de Rhuan finalizou dizendo que o sentimento é de revolta e que seu filho era trabalhador e querido. Por fim, afirmou ainda que o Hemorio de São Gonçalo bateu recorde de recebimento de bolsas de sangue para o jovem.
"Só por verem que o enterro tinha mais de mil pessoas, já dá para saber que meu filho era muito querido. Pedimos doação de sangue no dia que ele estava internado, e muitas pessoas nos ajudaram. Eu quero limpar a imagem dele porque meu filho não era bandido nem marginal", concluiu Fernanda.
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