Eca!
Baratas e carne vencida: 6ª denúncia contra supermercado em Niterói
Más condições de trabalho também estão entre as reclamações
Uma unidade da rede Supermarket, localizado no bairro Largo da Batalha, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, segue sendo denunciada por más condições de trabalho no local, formas inadequadas de conservação dos alimentos e infestação de insetos. Segundo novos relatos, funcionários dizem que são obrigados a vender produtos vencidos e sem condições de consumo.
Somando as reportagens anteriores desde agosto do ano passado, o ENFOCO recebeu a sexta denúncia contra o supermercado nesta terça-feira (3), com mais relatos de presença de baratas, ratos, carne estragada dentro de caixa de papelão e condições insalubres de trabalho.
"Eles mandam a gente pegar as carnes mais escuras e vencidas, moer e vender para os clientes. Acabamos nos prejudicando com isso, mas temos que cumprir ordens", relatou um funcionário que não quis se identificar.
Além disso, o homem mostrou como é feito o armazenamento dos alimentos. Ele diz que são ordenados a colocar dentro de uma caixa de papelão, sem proteção alguma ou refrigeração que possa manter as peças de carne em condições de consumo. E ainda mostrou a presença de insetos no interior dos armários dos funcionários.
"É barata que não acaba mais! Eles só ficam pintando as salas para fingir que não estão em condições ruins. Ainda tem essa água escura e podre que somos obrigados a usar para lavar nossas mãos", finalizou o funcionário dizendo que as irregularidades já foram denunciadas à Vigilância Sanitária do Município.
O que diz o Supermarket?
Por meio de nota, a Rede Supermaket disse que "preza pela qualidade dos produtos, serviços e condições de trabalho" e reforça manter de forma regular "uma série de procedimentos para garantir a higiene e limpeza de todas unidades".
"É importante reiterar também que todos os certificados dos órgãos de fiscalização estão em dia. A Rede informa ainda que mantém regularmente análise da água disponibilizada para uso e consumo, não havendo qualquer irregularidade no fornecimento de água potável", diz.
O comunicado enviado à reportagem pontua ainda "que houve, recentemente, fiscalização da Vigilância Sanitária, não sendo constatada qualquer anormalidade no fornecimento de água ou condições estruturais da loja", finaliza.
O que diz a Prefeitura?
A Prefeitura de Niterói também foi procurada, mas ainda não respondeu se a Vigilância Sanitária já fiscalizou e encontrou irregularidades no local.
Histórico de denúncias
A primeira vez que o ENFOCO foi contatado por funcionários do local aconteceu em 07/08/2023, quando os trabalhadores denunciaram "tratamentos indignos de trabalho" no supermercado. Um deles chegou a falar que os proprietários selecionavam legumes e frutas, retiravam a parte podre e colocavam no preparo das refeições dos empregados. Também foi dito que ocorriam punições para quem reclamava dos problemas.
Novamente, desta vez em 11/10/2023, foi encontrado um escorpião na área interna do comércio. Segundo relatos dos funcionários, o aracnídeo estaria em meio ao estoque interno de manteigas da unidade, local onde somente eles têm acesso. Na ocasião, o especialista Cláudio Maurício de Souza, biólogo do Instituto Vital Brazil, disse que a espécie encontrada no mercado conhecida como escorpião-amarelo é altamente venenosa.
A terceira denúncia sobre as más condições do local, sendo a primeira de 2024, aconteceu em 31/01, quando uma cliente encontrou uma barata em um pão, na estufa do estabelecimento. A mulher disse que ficou cerca de meia hora esperando para que alguém solucionasse a questão, mas nenhum funcionário a atendeu.
As baratas voltaram a aparecer no supermercado, dessa vez em 22/02/2024 quando funcionários se disseram "assustados" com a alta infestação dos insetos em seus ambientes de trabalho. O denunciante disse que as baratas estavam espalhadas no setor de vendas e no depósito do local.
A última denúncia aconteceu há menos de duas semanas, em 22/08, quando ratos e baratas voltaram a aparecer no interior do local, além da condição da água, que estava imprópria para consumo. Os funcionários ainda falaram que não possuem Equipamento de Proteção Individual (EPI) suficiente e precisavam levar seus próprios casacos para entrar nas câmaras frias do estabelecimento.
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