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    Política

    'Não dá pra bandido voltar', diz Bolsonaro no Comperj

    Publicado 31/01/2022 às 12:09 | Atualizado em 01/02/2022 às 17:36 | Autor: Ana Fernanda
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    Atualizada às 13h45.

    Imagem ilustrativa da imagem 'Não dá pra bandido voltar', diz Bolsonaro no Comperj
    |  Foto: Alan Santos
    Ao lado do aliado Cláudio Castro, Bolsonaro visita Polo Petroquímico em Itaboraí. Foto: Alan Santos/PR

    O presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou o Polo Gaslub, antigo Comperj, na manhã desta segunda-feira (31) em Itaboraí, na região metropolitana do Rio e alfinetou a gestão do ex-presidente Lula e concorrente nas eleições à Presidência da República neste ano.

    No local funcionou o Complexo Petroquímico (Comperj), e era visto, nas gestões petistas, como grande empreendimento do setor, mas que entrou em declínio e demissões em massa após os escândalos envolvendo empresas contratadas da Petrobras e os desdobramentos das investigações da Operação Lava-Jato.

    "O nosso governo está há três anos sem corrupção, isso não é virtude, é obrigação. Não dá pra deixar um bandido voltar para cá. Em três anos de governo, dois foram de pandemia. Lamentamos as mortes, mas a vida tem que continuar”, disse.

    O presidente chegou de helicóptero ao evento que contou com a presença dos ministros de Minas e Energia, Bento Albuquerque; da Cidadania, João Roma, da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas e da Casa Civil, Ciro Nogueira. O encontro foi transmitido ao vivo pelas redes sociais de Ciro Nogueira e foi fechado à imprensa. O presidente do PL do Rio, Altineu Côrtes e o prefeito de Itaboraí, Marcelo Delaroli, também estiveram presentes no evento.

    No portão de entrada, policiais militares e guardas municipais de Itaboraí fizeram a segurança do local. Durante o discurso, Bolsonaro enfatizou que a ação não se trata de uma campanha política, mas de preocupação em transmitir esperança à população. Além disso, o presidente aproveitou para relembrar os escândalos de corrupção no Comperj na época do governo Lula. O presidente também lembrou o fato de gerar o país durante dois anos de pandemia.

    Aparato de segurança foi montado pela Polícia Militar e Guardas Municipais na entrada do Polo que foi fechado à imprensa. Foto: Alex Ramos

    O objetivo da visita era o lançamento de pré-partida da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN). De acordo com o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), presente no evento, o encontro marca o início dos testes operacionais da unidade e a geração de trabalho e renda para a população.

    A previsão é que a unidade seja concluída no primeiro trimestre deste ano. O local segue com as obras para concluir a construção do Projeto Integrado Rota 3, que inclui uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) e um gasoduto. De acordo com a Petrobrás, a Rota 3 terá capacidade para escoar e processar diariamente 21 milhões de metros cúbicos de gás do pré-sal.

    Testes

    Com o início dos testes, o Polo GasLub passou a receber gás natural não processado (gás rico), proveniente do Terminal de Cabiúnas. Quando a UPGN estiver em operação, além do gás do pré-sal da Bacia de Santos, receberá gás também dos demais ativos que utilizam o Sistema Integrado de Escoamento (SIE), via Projeto Integrado Rota 3 (PIR3).

    Já estão funcionando a estação de tratamento de água, as subestações responsáveis pela distribuição da energia elétrica para o empreendimento, o Centro Integrado de Controle (CIC), os sistemas de utilidades auxiliares e o flare, local em que ocorre a queima de hidrocarbonetos para alívio.

    "Mais que um conjunto de instalações e de unidades de processamento, estamos tratando de um projeto multipropósito de grande valor estratégico para o Brasil, que contribuirá para uma maior segurança energética nacional. O empreendimento vai gerar milhares de postos de empregos, impostos e tributos para a região de Itaboraí. O Polo GasLub faz parte do planejamento estratégico da Petrobras e terá a integração dos principais ativos do estado do Rio de Janeiro. Hoje, começa um cenário promissor para atração de novas indústrias da cadeia produtiva do setor" falou o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna.

    Chuvas em São Paulo

    No encontro, o presidente também relembrou as chuvas no sul da Bahia no final do ano passado, ocasião em que ele esteve de férias e não visitou os locais, as chuvas em Minas Gerais e recentemente em São Paulo, que relata estar acompanhando, mas não informou se irá nas cidades mais atingidas e nem quais meios ajudará a população.

    As fortes chuvas que atingiram São Paulo desde sábado (29) causaram 19 mortes, de acordo com o governador João Doria (PSDB). Do total, sete vítimas são crianças. Ainda segundo o governo paulista, cerca de 500 pessoas estão desalojadas em 11 cidades do estado. Os temporais também causaram deslizamentos de terra, transbordamento de rios e alagamentos. Doria anunciou a liberação de R$ 15 milhões para as cidades afetadas, enquanto o presidente não havia se manifestado sobre o assunto até esta segunda-feira (31).

    Comperj

    O Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de janeiro ) foi um dos empreendimentos da Petrobras em que houve pagamentos de propina e participação de cartel dos fornecedores, segundo delações premiadas da Operação Lava-Jato.

    A obra foi um investimento de cerca de U$ 8 bilhões do governo Lula em 2008, mas foi paralisada em 2015 com os resultados das prisões de diretores da Petrobrás e do ex-governador do Rio Sérgio Cabral.

    De acordo com o Senado Federal, a paralisação das obras e problemas de empreiteiras contratadas decorrentes da operação demitiram, ao menos, 29 mil trabalhadores trabalhavam nas obras.

    Em setembro de 2021, a Petrobras e o Governo do Estado do Rio assinaram um protocolo de intenções para criar um complexo industrial em Itaboraí, onde está localizado o Polo Gaslub (antigo Comperj).

    A ideia, de acordo com Castro, é atrair novas indústrias para o empreendimento, que terá gás oriundo dos campos do pré-sal. A expectativa é que o projeto possa gerar cerca de 11 mil empregos e investimentos de R$ 15 bilhões.

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