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    Gritos de "Justiça" marcam protesto pela morte de Moïse

    Publicado 05/02/2022 às 10:47 | Atualizado em 07/02/2022 às 7:36 | Autor: Ana Fernanda
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    Publicada às 10h45. Atualizada às 12h45.

    Imagem ilustrativa da imagem Gritos de "Justiça" marcam protesto pela morte de Moïse
    O protesto acontece na Barra da Tijuca. Foto: Colaboração/Romário Regis

    Gritos de "Justiça" foram ditos frequentemente durante o protesto realizado na manhã deste sábado (5) pela morte brutal do congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos. O ato ocorreu em frente ao quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, onde o rapaz foi espancado por três homens no último dia 24.

    Segundo a família, Moïse Kabagambe trabalhava por comissões nos quiosques do local e teria ido cobrar o pagamento de dois dias trabalhados quando foi espancado. Em depoimento à Delegacia de Homicídios da Capital, um casal contou que tentou impedir o espancamento, mas foram proibidos por um dos agressores que deu ordem para que eles não ficassem olhando.

    Os agressores, identificados como Fábio Pirineus da Silva, o Belo, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove, e Brendon Alexander Luz da Silva, o Tota, estão presos.

    Apesar disso, a família segue inconformada com o crime e alega racismo e xenofobia. A mãe de Moïse, a congolesa Ivana Lay, discursou rapidamente, em cima do carro de som, e pediu justiça: "Queremos justiça para o Moïse, até o final".

    O protesto reuniu centenas de militantes, incluindo do movimento negro, e pessoas de outras cidades. Em São Gonçalo, o mandato do vereador Romário Régis (PCdoB) reuniu cerca de 120 pessoas para irem até a Barra.

    "Todos os dias o racismo destrói alguma família ou tecido social no Brasil. Os casos do congolês Moïse Kabamgabe e do Gonçalense Durval Teófilo são as expressões máximas dessas violências. A manifestação na Barra da Tijuca é um grito de justiça. Que um dia o povo preto possa ter o direito de viver sem ter que chorar pelos seus todos os dias. A manifestação na Barra da Tijuca não é apenas sobre Moise, mas sobre todos que perderam duas vidas por conta do racismo."

    Romário Régis, vereador.

    Para o babalorixá Ivanir dos Santos, representante da Articulação das Populações Marginalizadas, a violência contra os negros é centenária no Brasil: "A nossa luta não começou agora. Esse é mais um passo na busca pelos nossos direitos."

    No início da manifestação, um pequeno grupo tentou depredar o quiosque, mas foi prontamente reprimido com palavras pelos organizadores do protesto.

    A prefeitura do Rio anunciou que os dois quiosques que foram "palco" para o assassinato de Moïse, na noite de 24 de janeiro, serão transformados em memorial ao jovem congolês, com a possibilidade de ser administrado pela sua família.

    Após a concentração do ato, em frente ao quiosque, os manifestantes seguiram em passeata, pela Avenida Lúcio Costa, na orla da praia.
     

    O que se sabe

    O congolês foi vítima da sequência de agressões por trabalhadores do quiosque e o corpo foi achado amarrado em uma escada.

    A Delegacia de Homicídios da Capital, que investiga o caso, analisou as imagens das câmeras de segurança para tentar esclarecer o crime. Pelo menos 12 pessoas já foram ouvidas e três homens foram presos pelas agressões e morte de Moïse.

    Com Agência Brasil

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