Política
Presidente do Butantan aponta falta de apoio do governo Bolsonaro para vacina
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, informou que o Brasil poderia ter sido o primeiro país a iniciar a vacinação contra Covid-19, em depoimento da CPI da Pandemia na manhã desta quinta-feira (27). Dimas afirmou ainda que a primeira oferta de 60 milhões de doses da Coronavac ao Ministério da Saúde foi realizada em julho de 2020, no entanto apenas em 7 de janeiro desse ano o contrato foi firmado.
Dimas confirmou a eficácia de 50,4% da Coronavac e informou ainda que seu único cliente é o Ministério da Saúde. O instituto solicitou uma ajuda de R$ 80 milhões para habilitar uma fábrica, que produziria vacinas contra a Covid-19 em 2021, mas não foi atendido. Nenhum apoio financeiro foi realizado pelo Governo Federal.
"Apenas em outubro que o Ministério da Saúde mostrou interesse pela compra de vacinas"
O presidente do Butantan falou ainda sobre a declaração do presidente Jair Bolsonaro quando teria afirmado que 'ninguém vai tomar vacina na marra', após reunião realizada no dia 20 de outubro com o ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello e governadores. Na ocasião, segundo Covas, a falta de demonstração de interesse pela compra de vacina prejudicou a negociação.
"Não sei porque as propostas não foram aceitas, tínhamos todas as informações técnicas, todos os elementos, tínhamos a oportunidade de levar essa vacina para ser usada rapidamente"
O instituto já cumpriu ao primeiro contrato, de 46 milhões de doses. O segundo, de 54 milhões de doses, tem previsão de entrega até setembro. Mas as dificuldades para conseguir insumos tornou-se um novo obstáculo, lamenta o presidente do instituto.
Butanvac
O instituto entrou com pedido de início dos testes em março do novo imunizante. Dimas Covas afirmou que o Butantan já tem 6 milhões de doses em processamento e que poderia entregar pelo menos 40 milhões até o último trimestre do ano 'se tudo acontecer como planejado'.
“É uma vacina que já incorpora variantes”
O presidente do Butantan revelou que o Ministério da Saúde não tem prestado apoio ao Butantan para produção da ButanVac, embora já tenha conhecimento do projeto.
A Butanvac será a primeira vacina 100% nacional, de baixo custo, e que pode auxiliar países mais pobres, ela é feita com a mesma tecnologia da vacina da gripe, conforme declarou Dimas Covas.
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