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    Saída

    Ministro da Educação é exonerado do cargo

    Milton Ribeiro é investigado por favorecer municípios

    Publicado 28/03/2022 às 16:43 | Atualizado em 28/03/2022 às 16:54 | Autor: Enfoco
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    Ministro é suspeito de usar pastores para favorecer municípios.
    Ministro é suspeito de usar pastores para favorecer municípios. |  Foto: Luis Fortes/MEC

    O ministro da Educação Milton Ribeiro comunicou o seu pedido de exoneração da pasta na tarde desta segunda-feira (28). A informação foi divulgada pela jornalista Thais Arbex, da CNN Brasil. O Ministério da Educação (MEC) ainda não anunciou, oficialmente, a decisão. Em seu lugar, deve assumir o secretário-executivo do MEC, Victor Godoy Veiga. 

    Segundo a jornalista, Milton chegou a escrever uma carta que será entregue ao presidente Jair Bolsonaro (PL), ainda nesta segunda. “Não me despedirei, direi até breve”, diz o ministro da Educação em rascunho.

    Aspas da citação
    Meu afastamento é única e exclusivamente decorrente de minha responsabilidade política, que exige de mim um senso de país maior que quaisquer sentimentos pessoais
    Milton Ribeiro ex-ministro da Educação
    Aspas da citação
      

    Vale ressaltar que ele é alvo de um inquérito da Polícia Federal (PF) e do Supremo Tribunal Federal (STF) sob a suspeita de favorecer pastores ligados a Bolsonaro, na distribuição de verbas do MEC.

    Mais cedo, líderes religiosos afirmaram ao blog da jornalista política Andréia Sadi tinham um acordo para a saída de Milton Ribeiro. Estas lideranças, que fazem parte da base de apoio de Jair Bolsonaro, afirmam ter um acordo com o próprio presidente. De acordo com a jornalista, a decisão foi acertada na noite do domingo (27). 

    A apuração também dá conta de que o presidente Jair Bolsonaro tinha a intenção de manter o ministro, mas Milton, assim como as lideranças religiosas, entende que a sua saída é a decisão ideal no momento.

    Confira a carta: 

    “Desde o dia 21 de março minha vida sofreu uma grande transformação. A partir de notícias veiculadas na mídia foram levantadas suspeitas acerca da conduta de pessoas que possuíam proximidade com o Ministro da Educação. Tenho plena convicção que jamais realizei um único ato de gestão na minha pasta que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário.

    As suspeitas de que uma pessoa, próxima a mim, poderia estar cometendo atos irregulares devem ser investigadas com profundidade. Eu mesmo, quando tive conhecimento de denúncia acerca desta pessoa, em agosto de 2021, encaminhei expediente a CGU para que a Controladoria pudesse apurar a situação narrada em duas denúncias recebidas em meu gabinete. Mais recentemente, solicitei a CGU que audite as liberações de recursos de obras do FNDE, para que não haja duvida sobre a lisura dos processos conduzidos bem como da ausência de poder decisório do ministro neste tipo de atividade.

    Tenho três pilares que me guiam: Minha honra, minha família e meu país. Além disso tenho todo respeito e gratidão ao Presidente Bolsonaro, que me deu a oportunidade de ser Ministro da Educação do Brasil. Assim sendo, e levando-se em consideração os aspectos já citados, decidi solicitar ao Presidente Bolsonaro a minha exoneração do cargo, com a finalidade de que não paire nenhuma incerteza sobre a minha conduta e a do Governo Federal, que vem transformando este país por meio do compromisso firme da luta contra a corrupção. Não quero deixar uma objeção sequer quanto ao meu comportamento, que sempre se baseou em pilares inquebrantáveis de honra, família e pátria.

    Meu afastamento do cargo de Ministro, a partir da minha exoneração, visa também deixar claro que quero, mais que ninguém, uma investigação completa e longe de qualquer dúvida acerca de tentativas deste Ministro de Estado de interferir nas investigações. Tomo esta iniciativa com o coração partido, de um inocente que quer mostrar a todo o custo a verdade das coisas, porém que sabe que a verdade requer tempo.

    Sei de minha responsabilidade política, que muito se difere da jurídica. Meu afastamento é única e exclusivamente decorrente de minha responsabilidade política, que exige de mim um senso de país maior que quaisquer sentimentos pessoais. Assim sendo, não me despedirei, direi um até breve, pois depois de demonstrada minha inocência estarei de volta, para ajudar meu país e o Presidente Bolsonaro na sua difícil mas vitoriosa caminhada"

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