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Conselho de Ética aprova pedido de cassação de Gualber Braga
Plenário da Câmara vai decidir destino do deputado federal

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (9), a recomendação de cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). A decisão foi tomada por 13 votos a 5 e agora será encaminhada ao plenário da Casa, que dará a palavra final. Para que a cassação se concretize, são necessários ao menos 257 votos entre os 513 parlamentares.
Glauber é acusado de quebra de decoro parlamentar após expulsar, com chutes e empurrões, o militante do Movimento Brasil Livre (MBL), Paulo Costenaro, do interior da Câmara, em abril de 2024. O episódio também envolveu discussões com o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e terminou com todos prestando depoimento ao Departamento de Polícia Legislativa (Depol).
Durante a sessão desta terça, marcada por confusão e protestos, Glauber Braga anunciou que iniciou uma greve de fome como forma de protesto.
“Estou em jejum desde cedo e, a partir de agora, não vou me alimentar. Vou permanecer nesta sala até a conclusão desse processo. Se quiserem chamar isso de greve de fome, fiquem à vontade”, declarou.
O relator do caso, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), acompanhou a denúncia apresentada pelo Partido Novo e afirmou que “não há dúvidas” quanto à agressão cometida por Glauber. Segundo ele, a postura do parlamentar feriu os preceitos do decoro exigido para o exercício do mandato.
Glauber, por sua vez, classificou o parecer como “tendencioso” e criticou a condução do processo. Ele acusa o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de interferir nas decisões.
“Essa cassação não é por agressão, é por confronto político. Não vão me derrotar com manobras nem com o orçamento secreto”, disse o deputado fluminense.
A confusão que motivou a denúncia teve início após Glauber alegar que o militante do MBL teria ofendido a memória de sua mãe, falecida semanas após o ocorrido. A discussão continuou do lado de fora da Câmara e precisou ser contida por seguranças da Casa.
Antes da análise em plenário, Glauber Braga ainda pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ainda não há data definida para a votação final.


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