Ex-presidente
Bolsonaro é condenado e não poderá ser eleito por oito anos
TSE julgou caso de encontro com embaixadores no ano passado
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não poderá disputar cargo político pelos próximos oito anos. A decisão veio pela maioria de ministros do TSE nesta sexta (30).
Após o voto ministra Carmen Lúcia votou a favor da condenação do ex-presidente, o placar estava em 4 a 1. No entanto, os ministros Nunes Marques e Alexandre de Moraes votaram em seguida e o placar final ficou em 5 a 2.
Bolsonaro foi julgado por uma ação do PDT sobre o encontro que teve com embaixadores mundiais em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, para atacar o sistema eleitoral. Essa foi a quarta sessão no tribunal para tratar do caso.
Na reunião, o ex-presidente exibiu um slide com informações inverídicas sobre a Justiça Eleitoral e as urnas eletrônicas.
Carreira
Jair Messias Bolsonaro tem 68 anos e é ex-militar do Exército. Eleito deputado federal pelo Rio, cumpriu mandatos por pelo menos 30 anos em Brasília. Polêmico, se alçou como alternativa em 2018 pelo nanico PSL na disputa pelo cargo ao Palácio do Planalto. Com bandeiras como combate à criminalidade e a liberação de armas para a população, foi o principal nome da extrema-direita no Brasil.
Bolsonaro conseguiu se eleger em uma disputa com Fernando Haddad (PT), atualmente ministro da Fazenda, que substituiu Lula, que estava preso no Paraná.
Durante quatro anos, liderou ataques ao sistema eleitoral, pondo em xeque a veracidade das urnas eletrônicas. Admirador de Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, também foi contra a vacina durante a pandemia de 2020, elaborada com insumo chinês no Instituto Butantan, em São Paulo, uma das primeiras a entrar em circulação no Brasil. O vírus deixou, no Brasil, mais de 700 mil mortos.
Em 2022, foi o primeiro presidente a não conseguir reeleição, depois de disputar o cargo com Luiz Inácio Lula da Silva, que teve suas condenações anuladas pelo STF um ano antes. Foi a primeira vez que Bolsonaro perdeu uma eleição durante sua trajetória política.
Três dias antes da posse, que ocorreu em 1º de janeiro deste ano, Bolsonaro viajou para os Estados Unidos e não passou a faixa presidencial a Lula, rito que simboliza a passagem de poder e que, de forma inédita, não aconteceu. Por lá, Bolsonaro ficou pelo menos três meses antes de retornar e ver sua carreira política estar no radar do TSE.
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