Ao lado de Paes, Rodrigo Neves lança chapa com Felipe Santa Cruz

Apesar de flertes com o Partido dos Trabalhadores (PT) — do pré-candidato à presidência Lula —, o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) descartou voto no líder petista. “O meu candidato é Ciro Gomes, apesar das intrigas que tentam implantar”, declarou nesta quinta-feira (14).

Neves é pré-candidato ao Palácio Guanabara e vem tentando costurar apoios em diálogos com diversos líderes para a disputa de outubro. No que diz respeito ao palanque presidencial, segue o mesmo caminho, citando até encontro recente com Simone Tebet, presidenciável do MDB. Ele quer mostrar abertura de horizontes.

Também nesta quinta, com a presença do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e do prefeito do Rio de Janeiro e presidente estadual do PSD, Eduardo Paes, os partidos confirmaram a chapa majoritária entre Rodrigo Neves e Felipe Santa Cruz (PSD) em ato com lideranças políticas em um hotel no Centro do Rio. A convenção está marcada para o próximo dia 23. 

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Santa Cruz é pré-candidato a vice-governador do Rio, na chapa com Rodrigo. É categórico ao dizer que não votará em Jair Bolsonaro (PL),  pré-candidato ao Executivo Nacional. O aliado de Rodrigo Neves, portanto, fugiu de acertar um nome. 

“Fora isso temos no Brasil um campo democrático, com uma grande responsabilidade. Não podemos permitir mais quatro anos de destruição institucional”, diz.

O governador Cláudio Castro (PL) foi alfinetado por Santa Cruz, que argumentou sobre um “tensionamento” instaurado.

“Com todo respeito, é este papel que ele [Claudio Castro] está jogando nesta eleição. Mais quatro anos de Jair Bolsonaro e Cláudio Castro não sei se o Brasil e a democracia [pausa]. Basta ver a tensão permanente com as forças militares, algumas lideranças, tensionamento com urnas eletrônicas, com as instituições”, frisou. 

cenário

Na avaliação de Eduardo Paes, aio cenário está aberto na corrida ao o Governo do Estado do Rio. A declaração aconteceu ao lado do aspirante Rodrigo Neves e do vice Fernando Santa Cruz, em lançamento da chapa que envolve os políticos do PDT e PSD. 

“É sempre uma leitura equivocada do quadro fluminense, tentando projetar uma disputa consolidada. Está longe esse cenário no Rio. Pra candidatura majoritária é aberto. Nenhuma das candidaturas têm essa consolidação, como dizem analistas políticos”, afirma.

alianças

Segundo o prefeito da capital, que também é presidente estadual do PSD, a definição para Neves encabeçar a chapa tem a ver com “maior viabilidade” e “musculatura eleitoral”. Foi um longo processo até chegar ao 'finalmente'. Inclusive, a aliança chegou a ser desfeita, em abril, com os aliados seguindo caminhos distintos, até então.

“Quem for se dedicar a intriga entre mim e o Rodrigo vai perder tempo. Tenho coerência de respeitar as pessoas”, adiantou Santa Cruz .

O levantamento Datafolha, divulgado no dia 7 de abril, mostrou Neves com 7% e Santa Cruz com 3%. Esse teria sido um dos motivos da separação dos pupilos de Carlos Lupi (PDT) e Eduardo Paes (PSD) - apesar da situação de empate técnico, por conta da margem de erro de três pontos para mais ou para menos.

Acontece que, além disso, o ex-prefeito de Niterói estaria pesando sua experiência em gestão política, em detrimento ao novato no ramo, o advogado Felipe Santa Cruz, que já foi presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 

'Diálogo permanente'

Mas nesta quinta-feira (14), Paes reverteu o quadro ao dizer que há um “diálogo permanente” entre as siglas. “[Tivemos] Momentos importantes até chegar aqui. Pela identidade, relações, visões parecidas, protagonismo dos atores”, explicou o motivo das alianças.

Eduardo Paes definiu Felipe Santa Cruz como “grande brasileiro”, “homem público”, “valente”. Já o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, declarou que a aliança é “pensando no Estado do Rio de Janeiro, na gestão, na entrega”. 

Rodrigo Neves exaltou o trabalho dos colegas e lembrou a antiga parceria construída ao lado de Santa Cruz desde os tempos de Movimento Estudantil. 

“Felipe e eu temos uma relação de quase 30 anos, que vem desde o Movimento Estudantil. Ele teve a coragem que poucos tiveram, onde as Instituições e Estado Democrático de Direito, em boa parte, sofreram ataques. A OAB sempre na luta pela democracia na ditadura, na luta pela Anistia, na luta pela Constituinte, na luta pela Ética da Política […] Estou muito animado”, finalizou Rodrigo.

O encontro desta quinta foi marcado pela presença de lideranças políticas, entre as quais o prefeito de Niterói, Axel Grael (PDT); o vice-prefeito de Niterói, Paulo Bagueira (Solidariedade); deputada estadual Martha Rocha (PDT); deputado federal David Miranda (PDT) e  prefeito de Cabo Frio, José Bonifácio (PDT).