Muita revolta
'Quero justiça', diz mãe em enterro de menino baleado em Maricá
Vizinhos e amigos da família protestaram durante sepultamento
"Eu quero justiça para o meu filho". A frase é de Adjailma de Azevedo durante o enterro, na tarde desta quinta-feira (13), no Cemitério Municipal de Maricá, do corpo Djalma de Azevedo, de 11 anos. O menino, que tinha o transtorno do espectro autista, foi atingido por um tiro a caminho da escola, na manhã de quarta (12), após troca de tiros entre policiais militares e criminosos, no condomínio "Minha Casa, Minha Vida", em Inoã. Amigos e vizinhos da família de Djalma também protestaram, com gritos e cartazes, durante o sepultamento.
Segundo a mãe da criança, Adjailma de Azevedo, o tiro que atravessou o corpo do menino partiu da arma de um policial. O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Maricá (DHNSG).
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"Foi muito triste. Eu tava levando meu filho para escola e eles [PMs] já chegaram atirando. Não tinha ninguém atirando, só eles, isso não é justo! Uma criança! Estou destruída!", disse emocionada Adjailma.
O tio de Djalma, Jorge Luis Ribeiro de Amorim, disse que os dois irmãos mais novos de Djalma ainda não sabem do ocorrido.
Como é que fica agora?
"E a mãe, como é que vai ficar? Que falta de estrutura da polícia, chegar atirando em uma comunidade e depois dizer que foram os bandidos que atiraram. Um menino uniformizado, indo para escola levar um tiro de fuzil? Ele é o irmão mais velho, os outros não sabem. Hoje eu vou pegar as criança e dar a notícia", disparou.
Jorge Luis disse ainda que a família está recebendo suporte por parte da Prefeitura do município, mas nem apoio ou contato do Estado.
"A mãe estava segurando a mão dele quando o tiro acertou! Só queremos justiça! A assistência social da Prefeitura de Maricá recebemos apoio, do Estado não, ninguém procurou a gente. Queremos que o Djalma não seja mais um na estatística", finalizou.
PROTESTO
Muitos chegaram em um ônibus cedido pela Prefeitura de Maricá. Os moradores do condomínio MCMV, revoltados com a situação, gritaram por justiça.
"Estamos cansados de sair da nossa casa sem saber se vamos voltar. Nós queremos paz e justiça! Não é porque a gente mora na favela que a gente é bandido", gritaram enquanto seguravam uma faixa escrita "PM mata criança indo para a escola".
INVESTIGAÇÃO
Segundo os investigadores, as câmeras presas na farda dos militares foram recolhidas, e as imagens estão sendo analisadas. As armas dos agentes também foram recolhidas. A PM disse que agentes do 12° BPM (Niterói) estavam realizando patrulhamento quando foram atacados, somente quando os tiros foram cessados que eles encontraram o corpo de um menor já sem vida.
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