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    Polícia

    Professor é torturado após ser confundido com ladrão em Maricá

    Publicado 19/11/2019 às 12:26 | Autor: Ezequiel Manhães
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    Caso aconteceu na Rua 60, em Cordeirinho. Foto: Colaboração/Ezequiel Manhães

    Um professor de matemática, de 33 anos, contou que teve as pernas amarradas com uma corda e que apanhou com uma série de chutes em várias regiões do corpo após ser confundido com um ladrão de residências, em Maricá.

    A sessão de tortura, seguida de tentativa de homicídio — uma vez que, segundo ele, foram disparados diversos tiros em sua direção, na tentativa de acertá-lo - aconteceu em plena luz do dia, no último sábado (16), no bairro Cordeirinho. 

    De acordo com a vítima, que prefere não se identificar, a ação teria sido praticada por três criminosos, por volta de 10h30, na altura da Rua 60. Tudo teria acontecido quando o profissional da rede Estadual de ensino, concursado há 10 anos, saía de casa para praticar uma caminhada matinal.

    “Assim que eu saí, um homem me perguntou em qual casa eu estava. Eu disse que morava ali na região. Em seguida ele falou com outros dois homens que estavam em um carro como se eu fosse ladrão. Os três fugiram e ainda mandaram um rapaz ir na delegacia para me acusar de ter tentado roubar uma casa no dia anterior, na sexta-feira (15), por volta de 1h”, relatou a vítima.

    Ainda assustado, o educador se recupera das agressões em casa. Ele irá fazer um exame de corpo de delito nesta terça (19), no Instituto Médico Legal (IML) do Barreto, Zona Norte de Niterói. 

    A Delegacia de Maricá (82ª DP) investiga o crime, que foi registrado inicialmente como lesão corporal e violação de domicílio. 

    A mãe da vítima, uma pensionista, de 58 anos, disse que o filho não consegue sair de dentro de casa desde a data do crime. Ela foi a responsável por conduzir a vítima até o Hospital Conde Modesto Leal, na Região Central de Maricá, onde o professor passou por uma bateria de exames. 

    “Ele tomou muito soco. Graças a Deus não atingiu nenhuma região importante, mas fomos sair do hospital por volta de 2h35. É um absurdo o que fizeram com ele! Só porque é negro é confundido?”, indagou a mãe. 

    Caso está sendo investigado pela Delegacia de Maricá (82ªDP). Foto: Alex Oliveira

    Ainda segundo a pensionista, na tentativa de escapar dos criminosos, o filho entrou em uma residência, mas teria sido expulso por cerca de oito pessoas. Ele, então, continuou correndo e ao ouvir disparos de arma de fogo, se escondeu pela segunda vez dentro de uma loja.

    “Lá ele explicou o que estava acontecendo para o dono do estabelecimento, que não acreditou, deu um soco nele e em seguida amarrou as pernas do meu filho com uma corda, o levando para fora do estabelecimento, onde ele foi cercado pelos homens [grupo que perseguia] e mais uma vez agredido com chutes”, continuou a mãe.

    Conforme o relato da mãe do professor, os criminosos chegaram a tirar fotos da vítima sentada em uma calçada com os pés amarrados. Inclusive, em uma das imagens, que, segundo ela, circulam nas redes sociais, o professor aparece com marcas de sangue na boca. A Polícia Civil informou não ter ciência desse fato. 

    O delegado titular da 82ª DP, Júlio César Mulatinho, disse que apesar da distrital estar apurando o caso, a investigação será difícil. Ele informou também que ainda não há pistas sobre o paradeiro dos verdadeiros responsáveis pela brutalidade.

    “Vamos ouvi-lo [a vítima] de novo, para ver se ele tem algum elemento que possa identificar os responsáveis. É um pouco difícil porque até o momento não temos informações sobre placa de carro, por exemplo, e ele não sabe quem é o morador que fez isso”, contou.

    O professor morava com a família em Saquarema e se mudou para Maricá, recentemente. De acordo com a mãe do educador, a medida ocorreu após o seu outro filho ser morto durante uma tentativa de assalto e por eles considerarem a cidade segura.

    A mãe do professor, que é viúva de um ex-oficial da Polícia Militar, que morreu há quatro anos, com 32 anos de carreira, também vítima de um assalto, conta que vai voltar para a cidade de onde saiu há pouco mais de um mês. 

    Roubos

    Em outubro, dados do Setor de Identificação Policial (SIP) da Delegacia de Maricá (82ª DP) revelaram que os índices de roubo a residências, transeuntes, assim como os casos de furtos de veículos tinham registrado queda.

    Segundo o relatório, o roubo a residência, apontado como um dos índices mais preocupantes pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), teve redução de 100% no décimo mês do ano, já que não houve registro.

    Na época, o delegado titular da única distrital da cidade, Júlio César Mulatinho, havia declarado que a prisão de uma quadrilha especializada em roubo a residência tinha feito com que os índices caíssem.

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