Operação
Polícia mira bando acusado de vender terrenos ilegais na Zona Oeste
Dois integrantes já foram presos
Uma quadrilha acusada de vender terrenos clandestinos em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, foi alvo de uma operação da Polícia Civil junto com o Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, na manhã desta sexta-feira (13). Até o momento, dois integrantes foram presos.
A quadrilha tem, ao menos, R$ 6 milhões em vendas de loteamentos ilegais. Investigações apontam também que a organização criminosa mantém vínculo com a milícia atuante na região.
A operação também cumpre 12 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao grupo. Os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital.
Operação também cumpre 12 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao grupo
As investigações, conduzidas pelo Ministério Público, junto com Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, da Polícia Civil, demonstraram que o grupo, que mantém conexão com organizações milicianas atuantes na região, construiu, sem qualquer autorização do poder público, quatro condomínios localizados em lotes clandestinos no bairro de Campo Grande: “Vivendas da Serra”, “Chácaras do Mendanha”, “Vivendas do Mendanha” e “Grand Park”, totalizando quase R$ 6 milhões em vendas ilegais.
Para erguer os quatro empreendimentos ilegais, a organização praticou crimes ambientais, tais como, supressão vegetal, inclusive vegetação de Mata Atlântica, corte de encostas, movimentação irregular de solo, terraplanagem e intervenção em Áreas de Preservação Permanente (APPs), com alteração, soterramento e até represamento de curso hídrico. Os crimes foram praticados para que se viabilizassem os cortes dos terrenos, necessários às obras do loteamento, e a abertura de vias internas.
Para atrair interessados e compradores, os anúncios dos lotes eram publicados em redes sociais e outras ferramentas de internet, e os locais contavam com a presença de corretores. Os denunciados Fabio Roberto de Oliveira de Alencar e Carlos Alberto da Souza Cruz, que tiveram a prisão preventiva decretada, lideram a organização criminosa, como financiadores das atividades ilegais e tendo pleno domínio das obras realizadas nos locais. Eles também utilizaram as empresas Construindo Alencar e Jessica Empreendimento Imobiliários, que tiveram suas atividades econômicas suspensas, para a realização das obras e dar aparência de legalidade aos empreendimentos. Eles foram denunciados pelo MPRJ à Justiça pelos crimes de organização criminosa, loteamento irregular do solo e crime ambiental.
Já os denunciados Marcio Cesar de Souza Ribeiro, que também teve a prisão preventiva decretada por possuir condenação anterior, e Victor Emanuel Coutinho da Silva Rodrigues, atuavam na negociação dos lotes, se portando como corretores, anunciando a venda e mostrando os locais para possíveis interessados. Eles vão responder por organização criminosa e loteamento irregular do solo.
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