Crime
MPRJ denuncia Gabriel Monteiro por importunação sexual
Vereador do Rio foi denunciado por assédio moral e sexual
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou o vereador Gabriel Monteiro (PL) por importunação sexual e assédio sexual. A denúncia foi registrada no último dia 14.
O parlamentar já foi indiciado pelos mesmos crimes, cometidos contra a ex-assessora do vereador Luiza Caroline Bezerra Batista. O inquérito foi feito pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, no final de março.
As investigações começaram após uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, contar que Luiza denunciou que Gabriel a beijava e a abraçava sem consentimento. Outras mulheres ainda denunciaram o parlamentar pelo crime de assédio sexual.
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Segundo Luiza, que registrou queixa na polícia, Monteiro a abraçava por trás e saía com o pênis ereto. O vereador também foi denunciado por agarrá-la dentro de um carro.
"Uma vez foi no carro, que ele começou pedindo para fazer massagem no meu pé. Puxou meu pé e fez massagem. Eu tentava tirar o pé e ele segurava. Aí foi começando a passar a mão nas minhas pernas. Foi para o banco de trás e começou a me agarrar, me morder, me lamber".
De acordo com a defesa do vereador, outros funcionários estavam dentro do carro e desmentiram na delegacia a versão da vítima.
Depoimento em Conselho
O vereador Gabriel Monteiro (PL) afirmou em depoimento na tarde desta quinta-feira (23) ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal do Rio que filma suas relações sexuais com o objetivo de se precaver de denúncias sobre estupro. De acordo com o vereador Chico Alencar (Psol), o parlamentar apresentou contradições em sua fala.
Monteiro é acusado de assédio moral e sexual, estupro e por forjar vídeos na internet. Em sua oitiva, o vereador foi questionado sobre gravações com pessoas em vulnerabilidade social, como um homem em situação de rua e menores de idades, além de filmagens de seus atos sexuais.
Alencar informou que Gabriel Monteiro contou que não enxerga problema em gravar suas relações e faz isso com o objetivo de se proteger em relação a alegações de estupros.
Ele filmava as relações íntimas e consensuais para se precaver de possíveis denúncias de estupro, o que é bastante singular. E não vê problemas éticos nessas filmagens.
O relator do processo na Câmara ainda destacou que o denunciado apresentou contradições em sua fala. Até o momento, foram ouvidas 8 testemunhas de defesa e quatro de acusação.
"Eu poderia destacar várias contradições em todos esses depoimentos. Especificamente hoje na fala do vereador. Ele diz que os assessores não trabalham na sua empresa no Youtube, mas afirmou que os pagava por fora. A segunda [contradição] de oferecer vantagens para pessoas comuns. Ele atribuiu a terceiros de sua equipe essa oferta de contratação, mas disse que não considerava nada antiético oferecê-las em nome dos objetivos", contou.
Nesta terça-feira (21), Gabriel alegou que os vídeos fazem parte de um experimento social. A gravação com o homem em situação de rua, em que o policial militar Pablo Foligno confirmou que houve um pagamento de R$ 400, seria para abordar um tema de feminicídio. Outro tema também questionado foi a relação sexual com uma menor de idade.
Ele, do ponto de vista da menoridade da menina que teve relações e que ele confirmou que filmou, nega qualquer ciência da idade dela, mas é bom lembrar que a polícia e o ministério público vão na direção contrária. Tanto é que ele foi indiciado.
Segundo o vereador Alexandre Isquierdo (União Brasil), presidente do Conselho, o relatório do processo será produzido e deve ser votado no Conselho primeiros dias após o recesso parlamentar de julho. Monteiro pode ter o mandado cassado ou suspenso.
A defesa de Gabriel afirmou que tudo que os ex-assessores denunciaram "não tem sequer comprovação". Monteiro não falou com a imprensa.
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