Aborto legal
Bolsonaro diz ser 'inadmissível' aborto de menina estuprada em SC
Declaração foi publicada em rede social
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (23) ser 'inadmissível' o procedimento de aborto legal feito pela menina de Santa Catarina que engravidou ao ser estuprada quando tinha apenas dez anos. A cirurgia de remoção do feto foi realizada no Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago, de Florianópolis.
"A única certeza sobre a tragédia da menina grávida de 7 meses é que tanto ela quanto o bebê foram vítimas, almas inocentes, vidas que não deveriam pagar pelo que não são culpadas, mas ser protegidas do meio que vivem, da dor do trauma e do assédio maligno de grupos pró-aborto", publicou no Twitter.
- Sabemos tratar-se de um caso sensível, mas tirar uma vida inocente, além de atentar contra o direito fundamental de todo ser humano, não cura feridas nem faz justiça contra ninguém, pelo contrário, o aborto só agrava ainda mais esta tragédia! Sempre existirão outros caminhos!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 24, 2022
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), representantes do hospital, que é vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), comunicaram que as providências necessárias à interrupção da gestação já tinham sido adotadas.
Na quarta-feira (22), a procuradora da República Daniele Cardoso Escobar enviou à superintendente do hospital universitário, Joanita Angela Gonzaga Del Moral, uma recomendação para que o estabelecimento cumprisse o que a legislação brasileira determina e realizasse o aborto legal.
No ofício, a procuradora recomendou à superintendente que garantisse 'a pacientes que procurem o serviço de saúde a realização de procedimentos de interrupção da gestação nas hipóteses de aborto legal, independentemente da idade gestacional e peso fetal, sendo desnecessária qualquer autorização judicial ou comunicação policial'.
O Código Penal autoriza a interrupção da gravidez em caso de violência sexual, sem qualquer restrição quanto ao tempo de gestação e sem necessidade de autorização judicial.
Ao tornar público a realização do aborto, o MPF lamentou 'a triste situação ocorrida e reafirmou seu compromisso em zelar pelo efetivo respeito aos direitos fundamentais consagrados na Constituição Federal'.
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