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    Influenciadoras de SG viram rés por crime de injúria racial

    Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves ofereceram bananas para criança

    Publicado 30/01/2024 às 15:55 | Autor: Enfoco
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    Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves estavam sendo investigadas
    Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves estavam sendo investigadas |  Foto: Rede social

    As influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves, que viralizaram com um vídeo nas redes sociais após dar uma banana e um macaco de pelúcia para crianças negras, viraram rés por injúria racial. A juíza Simone de Faria Ferraz, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo, aceitou denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Além disso, ainda há três processos em andamento contra as duas.

    “As denunciadas estariam buscando promoção pessoal e social, através das suas ações filmadas e postadas no aplicativo ‘Tik Tok’, sendo gravíssimo o fato de que a internet consiste num ambiente que não oferece nenhum controle de exposição e transmissão e que atinge ou pode atingir a população do mundo inteiro”, escreveu a magistrada.

    Leia +: Justiça manda bloquear redes de influencers acusadas de racismo

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    Simone expôs também que as crianças tiveram "suas dignidades humanas atacadas pela cor da sua pele".

    “Observa-se que o delito ora investigado não foi praticado mediante violência física. Contudo, a suposta prática criminosa envolve crianças, que foram atacadas em sua dignidade humana, pela cor da sua pele, mediante atitudes supostamente racistas”, disse.

    A magistrada descreveu que o caso se torna ofensa grave ao serem filmados e expostos na internet sem a autorização dos responsáveis, os colocando em situação de vulnerabilidade.

    “Tais atitudes, por si só, já representariam uma ofensa grave aos direitos constitucionais das crianças envolvidas. Entretanto, além de terem sido oferecidos brinquedos e frutas que poderiam ser utilizados com cunho racista, em detrimento das crianças, os atos das denunciadas ainda foram filmados e postados na internet, sem a autorização expressa dos responsáveis pelas crianças, que se encontravam nas ruas em situação de vulnerabilidade”, esclareceu.

    Relembre o caso

    O caso veio à tona em maio do ano passado, quando a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciou a ação, destacando o "racismo recreativo".

    Os vídeos, que circularam nas redes sociais, mostravam Kerollen e Nancy abordando crianças negras na rua com ofertas de presentes.

    No primeiro vídeo, o menino é abordado em Alcântara, São Gonçalo, Kérollen chega nele e lhe faz uma proposta: escolher entre um presente ou receber R$ 10. O menino opta pelo presente, porém, ao perceber que se trata de uma banana, expressa descontentamento, afirmando "Só isso?" e deixa o vídeo da influencer.

    Em outra gravação, a influencer aborda uma menina na rua e faz uma proposta semelhante, oferecendo a opção de receber R$ 5 ou uma caixa. A criança escolhe o "presente", que lhe é entregue por Kérollen, e ao abrir a caixa depara-se com um macaco de pelúcia. A criança, aparentemente feliz, abraça o brinquedo e agradece à influencer. Ambos os vídeo foram apagados após a repercussão do caso.

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