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    Polícia

    'Henry tinha muito amor por ela', diz ex-babá sobre Monique

    Publicado 15/12/2021 às 13:52 | Atualizado em 16/12/2021 às 8:33 | Autor: Ana Fernanda
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    Monique Medeiros da Costa e Silva, mãe do menino Henry Borel, deixa à Delegacia de Polícia da Barra da Tijuca(16ªDP), após prestar depoimento sobre a morte do menido de 4 anos.
    Monique Medeiros da Costa e Silva, mãe do menino Henry Borel, deixa à Delegacia de Polícia da Barra da Tijuca(16ªDP), após prestar depoimento sobre a morte do menido de 4 anos. |  Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
    A mãe de Henry Borel, Monique Medeiros, e o padrasto, o ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, são acusados pela MP do Rio pela prática de homicídio qualificado. Foto: Tânia Rêgo - Agência Brasil

    O segundo dia de audiência e instrução do processo sobre a morte de Henry Borel, de quatro anos, iniciou com quase duas horas de atraso no Tribunal de Justiça do Rio, na manhã desta quarta-feira (15). Até por volta das 13h, foram ouvidas três testemunhas, sendo Antenor Lopes, Diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital, a ex-babá Glauciene Ribeiro Dantas, que contou sobre a relação de Monique Medeiros com o filho, e Reinaldo César Pereira, tio da mãe de Henry.

    A audiência, que iniciou com a leitura completa da denúncia, teve como primeira Antenor Lopes, Diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital, que foi arrolada pela defesa. Questionado em relação ao inquérito, ele esclareceu o fato do caso não ter ido inicialmente para a Delegacia de Homicídios (DH) da Capital.

    O diretor informou ainda que o delegado titular da delegacia da Barra da Tijuca (16ª DP), Henrique Damasceno, entrou em contato para falar sobre a possibilidade de enviar o caso para a DH, mas que o inquérito permaneceu na delegacia da região.

    "O Henrique Damasceno entrou em contato comigo falando sobre o caso, mas como o fato foi registrado inicialmente como acidente doméstico, fazia parte das atribuições da 16ºDP, o que é um fato normal de permanecer na delegacia do bairro. O inquérito ficou lá do início até o final, não tinha porque ir para a Divisão de Homicídios"

    Antenor Lopes, Diretor do Departamento Geral de Polícia da Capital.

    Durante a fala do delegado, um conflito entre a testemunha e os advogados precisou da intervenção da Juíza do caso, que ordenou que as perguntas fossem mais objetivas. O depoimento do diretor da especializada durou cerca de uma hora e meia

    Babá

    A segunda testemunha do caso foi a ex-babá do menino Henry, Glauciene Ribeiro Dantas, que durante um ano e oito meses ficou responsável por cuidar da criança. A testemunha informou que só conhecia Monique e nunca presenciou a relação entre ela, Jairinho e Henry.

    "Comecei a trabalhar com eles em janeiro de 2018 porque eles precisavam de alguém pra tomar conta deles, era tudo bem, não havia nada diferente nisso, tratavam muito bem o menino, com amor e carinho. Ela saía para trabalhar em Bangu e eu ficava com o menino e com os avós. Quando faltavam coisas da criança, eu passava pra ela, que nada deixou faltar. A Monique era uma ótima mãe, carinhosa, atenciosa, amorosa, e o Henry tinha muito amor por ela , era coisa de amor mesmo, de ver a mãe e fazer uma festa que a mãe estava chegando do trabalho"

    Glauciene Ribeiro Dantas

    Glauciene esclareceu também que Henry era bem tratado e que nunca presenciou reclamações com relação a agressões. O tio da acusada, Reinaldo César Pereira, arrolado pela defesa, também informou que Monique Medeiros era uma boa mãe e informou acreditar na inocência da ré.

    Relembre o Caso

    Henry Borel morreu no dia 8 de março. Ainda em maio, a Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou por homicídio duplamente qualificado – impossibilidade de defesa da vítima e pelo emprego de tortura – o vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho (sem partido), e a professora Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry Borel, de 4 anos. O laudo do Instituto Médico Legal revelou que o menino, sofreu 23 lesões, três delas na cabeça, e morreu devido a uma hemorragia no fígado provocada por ação violenta.

    Segundo a denúncia, a criança foi vítima das torturas realizadas pelo padrasto, Jairinho, no apartamento da família, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Henry só foi levado ao hospital cinco horas após ser agredido. A câmera do elevador do condomínio onde a família mora registrou a saída deles por volta das 4 horas da manhã.

    A mãe de Henry Borel, Monique Medeiros, e o padrasto, o ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, o Jairinho, são acusados pela Ministério Público do Rio de Janeiro pela prática de homicídio qualificado (por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e impingiu intenso sofrimento, além de ter sido praticado contra menor de 14 anos), tortura, coação de testemunha, fraude processual e falsidade ideológica.  

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