Julgamento
'Estou me sentindo amordaçada', diz defesa de Flordelis para juíza
Tribunal do Júri chegou ao 5º dia nesta sexta-feira
O clima voltou a ficar tenso entre a advogada de defesa de Flordelis, Janira Rocha, e a juíza Nearis dos Santos, durante o Tribunal de Júri, no Fórum de Niterói.
Na tarde desta sexta-feira (11), a defesa foi impedida de fazer uma pergunta para o psicólogo forense Sidney Filho, especialista em violência doméstica, após a exibição de um vídeo ao qual uma das filhas relatava alteração de humor da parte do pastor Anderson do Carmo.
Leia+: Caso Flordelis: impasse ameaça dissolução de júri em Niterói
A juíza perguntou para a testemunha se precisava do vídeo para concluir a resposta. Uma vez falado que não, a magistrada não deu a palavra para a advogada de defesa e apertou a campainha.
"Estou me sentindo amordaçada pela senhora", disse a advogada Janira Rocha para a juíza Nearis.
A primeira pessoa ouvida nesta sexta-feira (11) foi o psicólogo forense Sidnei Filho, que falou sobre suas pesquisas com relação à violência, e como um suposto comportamento violento de Anderson com Flordelis poderia ter afetado os filhos do casal, tanto biológicos quanto afetivos e adotivos.
"Eu não fiz uma avaliação da família, eu vim falar da ciência, eu sou um professor universitário, vim falar da ciência, da violência. As pessoas precisam entender como funciona a dinâmica da violência, ela é muito única. Ela muitas das vezes passa por preconceitos, por situações em que as pessoas acreditam em certos mitos sobre a violência. O nosso papel como cientista é trazer isso de uma maneira que as pessoas consigam entender", disse.
Segundo o especialista, em um vídeo exibido durante o julgamento, onde familiares de Flordelis falam de abuso sexual, foi detectado ausência de elementos durante a abordagem.
"Num corte específico, aquele corte de fato, indica que faltaram perguntas ou faltou contexto. Precisa saber se tem outros vídeos, se tem outras conversas. As conclusões científicas que nós temos é que o que acontece normalmente em situações de famílias muito grandes, é que tem uma série de condições que podem propiciar violência, isso é dado da literatura muito consolidada".
Ele continua dizendo. "E ao mesmo tempo nós temos o fator religioso, então nós temos uma sequência de eventos religiosos. Tivemos o caso em Goiás, do João de Deus, tivemos padres, e agora temos um caso que envolve protestantismo. Então isso acaba chamando muita atenção das pessoas, que não prestam atenção aos elementos que seriam mais relevantes para identificar o abuso ou não", disse.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!