Procurada
Enfermeira indiciada por morte de jovem no Rio está foragida
Profissional é acusada de exercício ilegal da medicina

A Polícia Civil do Rio de Janeiro busca a enfermeira Sabrina Rabetin Serri, indiciada pela morte de Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, durante um procedimento estético realizado em setembro. O mandado de prisão contra a profissional foi expedido pela 1ª Vara Criminal da Justiça do Rio, mas ela não foi encontrada e é considerada foragida.
Agentes estiveram em dois endereços ligados à enfermeira, que atuava ao lado do médico José Emílio de Brito, preso desde o dia 15 de setembro. Segundo a Delegacia do Consumidor (Decon), responsável pela investigação, Sabrina responde por homicídio e exercício ilegal da medicina.
De acordo com o delegado Wellington Vieira, responsável pelo caso, há indícios de que a enfermeira realizava procedimentos exclusivos de médicos.
“Segundo várias pacientes que vieram depor, Sabrina aplicava o anestésico da cirurgia, o que é privativo do médico-cirurgião. Temos convicção de que essa prática contribuiu para a morte de Marilha”, afirmou.
O delegado também mencionou a existência de uma rede clandestina de captação de pacientes, que atuaria de forma irregular em clínicas de estética.
“Essas pacientes são iludidas e induzidas a erro. Muitas chegam ao dia da cirurgia sem sequer passar por uma consulta com o médico responsável”, explicou Vieira.
No início de outubro, Sabrina havia sido ouvida na Decon e teve um celular e um notebook apreendidos. A operação também cumpriu oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados a outras pessoas envolvidas no caso, como secretárias e captadoras de clientes.
Tanto Sabrina quanto o médico José Emílio já haviam sido investigados por lesão corporal grave em outros procedimentos, nos anos de 2021 e 2025, segundo a polícia.
Relembre o caso

Marilha Menezes morreu no dia 8 de setembro, após uma hidrolipo realizada no hospital-dia Amacor, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou perfuração no rim e hemorragia interna como causa da morte.
Um perito ouvido pela Decon informou que o corpo da jovem apresentava sete perfurações, sendo ao menos duas lesões profundas que atingiram a cavidade abdominal. No registro do caso, o médico havia declarado que o óbito ocorreu por broncoaspiração seguida de parada cardiorrespiratória.
A clínica Amacor afirmou, em nota, que atua apenas como hospital-dia, alugando o centro cirúrgico para equipes terceirizadas. A direção disse lamentar o ocorrido, colaborar com as autoridades e garantir que o espaço possui estrutura adequada para emergências.
A família de Marilha, no entanto, contesta essa versão. “Foram 90 minutos tentando reanimar a minha irmã. O socorro demorou e faltavam recursos no local”, relatou Léa Caroline Menezes, irmã da vítima.


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