Polícia
Elite da Polícia Civil é indiciada por morte de João Pedro
Três policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) foram apontados por agentes da Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DHNSG) como os responsáveis pela morte do adolescente João Pedro, de 14 anos, ocorrida em maio do ano passado, na localidade conhecida como Itaoca, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Segundo uma nota divulgada pela especializada, nesta quarta-feira (8), os três agentes, lotados na elite da Polícia Civil, foram indiciados pelo crime de homicídio doloso.
“Para a autoridade policial que presidiu o feito, os policiais agiram sob erro quanto aos pressupostos fáticos da legítima defesa, supondo haver uma injusta agressão atual ou iminente que, na verdade, não houve comprovação de sua existência”.
Nota da Polícia Civil
Segundo a nota, o “relatório segue para o Ministério Público que possui liberdade para atuar no interesse da justiça conforme o seu entendimento jurídico”.
Após ter ciência do indiciamento dos três policiais civis, o pai da vítima, Neilton Pinto, celebrou a notícia e afirmou ter uma sensação de dever cumprido. Segundo ele, o indiciamento mostra o que a família e os amigos sempre tiveram a certeza: "João Pedro é inocente e não merecia ter a vida ceifada por alguém que deveria preservar a vida do cidadão de bem".
"Desde a notícia da morte do meu filho, eu e minha família estamos lutando pela justiça e, graças a Deus, conseguimos receber esse indiciamento que serve como alento para nós. Não teremos o nosso filho de volta, mas acreditamos que a justiça está sendo feita e o nosso caso não vai virar apenas estatística", disse.
Recordando
João Pedro Mattos de Pinto, de 14 anos, foi morto, em maio de 2020, durante operação conjunta entre as polícias Federal e Civil, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. O principal alvo dos policiais, o traficante Ricardo Severo, o Faustão, não foi localizado durante a ação conjunta, e segue livre no Complexo do Salgueiro.
Os familiares da vítima afirmam que o paradeiro do menino ficou desconhecido por cerca de 17 horas até ser encontrado no Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, em São Gonçalo. Já a polícia afirmou que o socorro de João Pedro foi realizado para um heliporto na Lagoa, na Zona Sul do Rio, onde foi constatado o óbito.
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