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    Adolescente de 14 anos chefiava bando que cometia crimes na internet

    Polícia faz operação em sete estados

    Publicado 15/04/2025 às 14:51 | Autor: Enfoco
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    Material apreendido pela polícia durante a operação
    Material apreendido pela polícia durante a operação |  Foto: Divulgação/ Polícia Civil

    Um adolescente de 14 anos, morador de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, foi identificado pela Polícia Civil como um dos líderes de uma organização criminosa voltada à prática de crimes de ódio contra menores de idade. Ele foi um dos alvos da Operação Adolescência Segura, deflagrada nesta terça-feira (15). A ação está sendo realizada em sete estados brasileiros.

    A operação tem como objetivo desarticular uma das maiores redes criminosas do país voltadas a crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. Até o momento, dois homens foram presos e sete adolescentes foram apreendidos.

    Cinco mandados de busca e apreensão foram executados em Campo Grande. Um deles teve como destino a residência do adolescente, localizada no bairro Jardim Carioca. Durante a ação, foram recolhidos computadores, celulares e diversos documentos.

    De acordo com o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), o adolescente comandava uma rede de crimes de ódio diretamente de sua residência. Os outros quatro locais alvos da operação estavam relacionados a indivíduos que, segundo a investigação, ocupavam posições subordinadas ao jovem dentro da estrutura criminosa.

    Um dos alvos de busca e apreensão em Campo Grande.
    Um dos alvos de busca e apreensão em Campo Grande. |  Foto: Divulgação/ Polícia Civil

    O adolescente admitiu tanto sua participação quanto o papel de liderança que desempenhava na organização. No entanto, ele não foi apreendido, já que não houve flagrante no momento da ação, conforme explicou a delegada Ana Cláudia Medina, responsável pelo Dracco.

    "O adolescente tinha um alto cargo no grupo de crimes de ódio. Ele atuava como se fosse o chefe. Como não tivemos o flagrante, não foi possível apreender o suspeito. Ele era o alvo principal, os outros quatro alvos eram ligados ao adolescente. Conseguimos entender que ele era o principal articulador dos atos infracionais destes grupos", informou a delegada.

    Operação Adolescência Segura

    Agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV-RJ), com o apoio de agentes civis de sete estados e do CyberLab, vinculado à Secretaria Nacional de Segurança Pública, cumprem dois mandados de prisão temporária, vinte de busca e apreensão, além de sete ordens de internação provisória de adolescentes envolvidos em atos infracionais.

    As ações ocorrem nos estados do Rio, São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul. A iniciativa é resultado de uma investigação que revelou a existência de uma organização criminosa altamente estruturada.

    Entre os crimes investigados estão tentativa de homicídio, incentivo e incitação ao suicídio, posse e disseminação de conteúdo pornográfico infantil, maus-tratos contra animais, apologia ao nazismo e outros delitos motivados por ódio.

    Morador em situação de rua teve o corpo incendiado 

    As investigações tiveram início em 18 de fevereiro, após um caso chocante em que um adolescente lançou dois coquetéis molotov contra um morador em situação de rua que dormia, provocando queimaduras em cerca de 70% do corpo da vítima. Toda a ação foi registrada e transmitida ao vivo por um homem por meio de uma plataforma digital.

    A partir desse episódio, um intenso trabalho de inteligência, vigilância e cruzamento de informações conduzido por agentes da DCAV revelou que o crime não era um ato isolado. Os responsáveis pelo servidor onde a transmissão ocorreu faziam parte de uma organização criminosa altamente estruturada, com foco na prática de crimes virtuais, especialmente contra crianças e adolescentes.

    A atuação do grupo criminoso no ambiente digital foi tão impactante que chamou a atenção de duas agências independentes dos Estados Unidos, que elaboraram relatórios sobre o caso e colaboraram com as investigações conduzidas pela polícia civil.

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