Ajuda
Tragédia em São Gonçalo: casal pede doações após perder móveis
Chuva invadiu casas no Barro Vermelho pelo muro e pelo esgoto
Moradores da Travessa Simões, no Barro Vermelho, perderam grande de parte de seus eletrodomésticos e móveis de suas casas depois do temporal que atingiu o município de São Gonçalo, na última segunda-feira (13). Um casal de idosos perdeu tudo, e os moradores estão se mobilizando para ajudá-los. Atualmente, eles estão sem casa e sem os móveis, nem o fogão nem a geladeira funcionam.
O serralheiro de alumínio aposentado Manoel Machado Dutra Filho, de 80 anos, mora no bairro há 52 anos, mas na casa que entrou água ele mora há seis anos com a esposa Mônica Cardoso de Menezes, de 72. Ele lembram que a água da chuva entrou por cima do muro da casa. Nesta quarta-feira (15), ainda era possível ver muita lama e móveis quebrados na rua.
"Essas três últimas chuvas foram isso, todos perderam tudo, mas a de anteontem foi um desespero. Perdemos armário, geladeira, fogão, tudo. A água passou por cima do muro e pelos esgotos, saiu do vaso, dos ralos, em tudo. A gente mora na parte mais baixa da casa. Com o valão que tem aqui na rua transbordando, a rua alaga mais fácil. Qualquer chuva, enche aí. Essa chuva de anteontem foi a pior chuva. Perdemos tudo! O negócio foi feio mesmo", contou ele.
Ao todo, eles perderam a geladeira, televisão, quatro armários, a mesinha da sala, dois sofás e fogão. A chuva, que invadiu a casa deles, chegou até quase 1 metro de altura. A casa deles foi limpa por vizinhos e amigos na última terça-feira (14).
"A gente não tem muito dinheiro, ganhamos pouco, não dá para nada, não sei como vamos nos reorganizar. A água subiu muito. A gente não tinha o que fazer. Pedimos a Deus para que isso parasse. Pelo menos, estamos vivos. Na hora, foi muito desespero, mas estamos vivos. A maioria das pessoas que mora aqui perdeu tudo, estamos sem nada, somos todos pobres. Hoje, moramos na casa da vizinha que nos socorreu e nos levou lá para cima na casa dela. Foi Jesus que nos socorreu em primeiro lugar e depois ela, íamos morrer aqui. Nunca aconteceu algo desse nível com a gente antes", disse Mônica ao ENFOCO. O casal disse que não possui filhos ou parentes próximos para ajudá-los.
Foi Mayara Nunes, de 23 anos, quem socorreu o casal. Ela estava em casa, na parte de cima da casa de Manoel e Mônica, no mesmo terreno, com os dois filhos (um menino de 2 anos e um outro de 5) e o marido quando a chuva começou e ela pensou em socorrer o casal.
"Na terça anterior, quando caiu outro temporal, eu tinha perdido coisas em outra casa que eu morava aqui na rua, então, isso ficou na minha cabeça. Eu fiquei com trauma. Quando começou a chover, pedi pro meu marido descer e colocar uma chapa no portão para a chuva não passar, mas não adiantou. O valão encheu e parecia até onda aqui na rua. Aí eu falei pro meu marido descer e pegar o seu Manoel e dona Mônica. Eles ficaram lá em cima. Só no dia seguinte que descemos, eu e meu marido, e vimos como estava a casa deles. Com a ajuda de vizinhos, tiramos a lama que estava aqui e eles desceram para ver o imóvel. Eles perderam tudo, até a cama. Foi tudo muito rápido, eu jamais vou esquecer, está tudo na minha cabeça", contou ela que está ajudando o casal, emprestando até mesmo roupas.
Outros moradores da rua também estão passando pelos mesmos problemas que o casal. É o caso de Dilma Maria Monteiro, de 77 anos. Ela mora na mesma casa há oito anos. Ela perdeu duas portas, que foram arrancadas com a força da chuva; dois guarda-roupas; móveis; um pedaço do muro que caiu; a trinca do portão foi retirada pela força da água; roupas, alimentos que estavam lacrados e até mesmo documentos. A casa dela já alagou outras vezes, mas nunca chegou nesse nível. Ela ainda está testando seus eletrodomésticos que molharam para saber se estão funcionando ou não.
"Eu vi o mundo desabando aqui dentro porque o que passou de água nesse portão eu jamais imaginei. Já entrou água aqui, mas agora triplicou. Entrou mais de um metro de água. Eu tive que chamar minha filha, que mora no Rio, para me ajudar, e ela chegou ontem (terça). Algumas coisas tive que jogar no lixo, como o sofá, o colchão e só não perdi a cama por ser madeira boa, mas molhou também. Eu estou separando minhas roupas para ver quais posso lavar e manter e quais devo jogar fora. Todas estão cheias de lama. Por enquanto, não vou sair daqui, mas quero dar um jeito na minha vida para não passar mais por isso. Derrubou muro e tudo de tão forte que estava a água. Tentei salvar o que podia, como a televisão, e só via a água subindo", disse a aposentada que mora sozinha na sua casa, com a filha morando na parte de cima.
Homens e máquinas da Prefeitura de São Gonçalo estavam no local quando a equipe do ENFOCO chegou ao local. Os agentes do município estavam retirando a lama e os objetos quebrados do local.
Para quem quiser ajudar Manoel ou Mônica com doações de eletrodomésticos ou móveis, pode entrar em contato com Mayara ou Rodrigo pelo número (21) 96646-25. Já quem quiser ajudar Dilma, pode falar diretamente com ela pelo número (21) 98553-5466.
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