Medo
Sindicato aponta que medo de morrer assombra servidores do Degase
Cerca de 10 rebeliões já foram registradas em 2022
O sindicato do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (DEGASE) tem recebido diversas denúncias sobre ameaças de morte e agressões, além de presenciar esse fator nas diligências nas unidades. De acordo com o presidente do sindicato, João Rodrigues, a situação piorou no dia seguinte a morte do diretor Thiago Costa.
O clima de tensão e medo está insuportável
"As unidades estão nas mãos dos internos por sucessivas interferências do judiciário e órgãos de controle. Uma total inversão de valores que estes profissionais estão sofrendo, os internos estão com a certeza da impunidade e atacam os agentes a todo tempo, seja com agressões físicas ou verbais", complementa João.
Ainda segundo o presidente, ao todo cerca de 10 rebeliões já foram realizadas nas unidades do Degase em 2022. A última ocorreu na Escola João Luiz Alves (EJLA), na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro. De acordo com testemunhas, um dos agentes estava entregando o jantar para os internos, quando foi rendido por um dos menores. O funcionário conseguiu se desvencilhar, mas teve um corte na cabeça e precisou levar pontos.
Em relação aos riscos, o sindicato afirma que o caos está instalado dentro de todas as atividades.
"Com o caos da indisciplina instalada nas unidades, o risco está enorme em qualquer atividade fora dos alojamentos, como ocorreu na última rebelião em que o agente foi atacado ao abrir a porta para que retirassem o lixo. Neste momento, o agente levou um golpe de arma branca (estoque), mas conseguiu se desvencilhar e fugir, se não fosse isso teria morrido nas mãos dos internos", contou.
O sindicato afirma ainda que ao todo o Degase possui 1.400 agentes, mas nem todos estão atuando ativamente. Segundo o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), o número ideal de funcionários deve atender a proporção de um agente para cada cinco internos. Há um déficit de 700 servidores no Degase.
Negociações
Na última semana houve uma reunião do Sindi-Degase com o Secretário Alexandre Valle e o Diretor Geral. Ficou combinado uma nova reunião nesta segunda-feira (28) para acabar de definir as questões de segurança dos servidores.
Quanto ao reforço no efetivo de Agentes de Segurança o sindicato afirma que seria necessário o aumento emergencial de 50 vagas diárias no RAS, somado a necessidade de novos concursados tomarem posse o mais breve possível, além da necessidade de um novo concurso, questões que foram acolhidas pelos representantes do governo na última reunião.
Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!