Perigo
Radares somem e moradores alertam sobre riscos em São Gonçalo
Pedido é para que seja construída passarela no local

Moradores de São Gonçalo voltaram a protestar e reivindicar a construção de uma passarela na altura do condomínio Alferes Tiradentes, na Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), no trecho do bairro Calaboca. A mobilização ganhou novo fôlego após a retirada dos radares de controle de velocidade, removidos na última segunda-feira (14), devido ao encerramento do contrato de licitação com a empresa responsável pelos equipamentos.
Em protestos anteriores, a população já havia solicitado medidas para garantir a segurança de pedestres na região, onde são recorrentes os relatos de atropelamentos e acidentes graves. Em agosto do ano passado, os moradores já haviam ocupado as ruas com cartazes pedindo a mesma coisa: a construção de uma passarela na região. O apelo ficou ainda mais forte com a morte de uma vizinha, de 70 anos.
Morador da região há cinco anos, o bombeiro militar Álvaro Guedes, de 53 anos, relembrou o atropelamento fatal que chocou a vizinhança.
Moro aqui há cinco anos e estou cansado de presenciar acidentes gravíssimos. O último que tivemos aqui foi no ano passado. Uma moradora da Rua 6 foi atropelada voltando com a bolsa de compras. Foi dramático. Uma vida que se foi por falta, simplesmente, de um olhar dos órgãos públicos. A implantação de uma passarela aqui é caso de vida ou morte
Na ocasião, os moradores expediram um ofício ao Governo do Estado e ao DER-RJ (Departamento de Estradas de Rodagem), solicitando a construção de duas passarelas na RJ-106. Uma delas na altura do km 10, no Rio do Ouro, e a outra, na altura do Colégio Estadual Mauá, no bairro Vista Alegre.
Ainda segundo o morador, a ausência de fiscalização preocupa especialmente em períodos de alta circulação, como férias e fins de semana. Veículos, especialmente motocicletas, transitam em alta velocidade durante a noite, mesmo com sinalização no local, apontam relatos.
Outra moradora, que preferiu não se identificar, lamentou o abandono por parte das autoridades: ‘’Estamos à margem de uma rodovia estadual que, com o passar dos anos, teve seu fluxo dobrado — assim como a quantidade de moradores do entorno. Morre morador, acidenta morador, e nada efetivo é feito. Fomos os últimos a saber da remoção do radar’’, afirma a moradora, que vive há 15 anos na região.
De acordo com a professora Mônica de Andrade, de 48 anos, embora os radares tenham ajudado a reduzir a velocidade dos veículos de forma significativa, a passarela ainda é a solução definitiva para a segurança dos pedestres.
‘’Agora a gente vai tentar exigir, reivindicar, a construção da passarela e nem tanto o radar. Porque, no caso do radar, tem essa questão: se não renovam o contrato, eles retiram. A passarela não. Uma vez instalada, ela permanece’’, destacou.
Ainda segundo a professora, um novo condomínio está em construção na região, o que deve aumentar ainda mais o fluxo de pedestres e veículos no local.
Questionado, o Departamento de Estradas e Rodagem do Estado do Rio de Janeiro (DER-RJ) afirmou que está em licitação o processo de contratação para instalação de novos radares em todo Estado.
"O DER esclarece que será mantida a sinalização nos trechos para alertar e reforçar a conscientização de motoristas sobre os limites de velocidade até que novos e modernos equipamentos sejam implantados nos locais. Uma equipe será enviada ao local para realizar um levantamento detalhado da área e avaliar a viabilidade da construção de uma passarela", pontuou o órgão.
Arrastões na RJ-106
Em agosto do ano passado, a instalação de radares na altura do km 10,5 da Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), no trecho que passa por Várzea das Moças, em São Gonçalo, preocupou os moradores e motoristas da região.
É que desde que os equipamentos entraram em operação, relatos de arrastões se tornaram frequentes, segundo quem mora e passa pelo local diariamente.
Os radares instalados no trecho regulam a velocidade dos veículos a 60 km/h, o que, segundo alguns motoristas, os tornam alvos fáceis para os criminosos.


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