Denúncia
Ataques em série assustam alunos de escola tradicional em SG
Aulas têm sido interrompidas por ações criminosas
Os alunos do Instituto de Educação Clélia Nanci, localizado no bairro Brasilândia, em São Gonçalo, têm enfrentado uma situação alarmante: a constante invasão e furto das dependências da escola.
Em resposta, os estudantes decidiram se mobilizar, espalhando cartazes pelo entorno da unidade e organizando uma manifestação para chamar a atenção das autoridades e da comunidade local.
Quem passa pela Avenida Brasilândia não consegue ignorar os apelos estampados nos cartazes colados no portão e na grade da escola. "Chega de furtos" e "Pare de nos furtar" são algumas das mensagens que refletem o desespero dos alunos diante da violência que atinge a instituição.
Segundo os estudantes, há cerca de um mês, a escola tem sido alvo recorrente de criminosos, o que prejudica diretamente o aprendizado e a rotina escolar.
Em muitos casos, as aulas são interrompidas, e os alunos precisam ser realocados em outras salas por conta da falta de infraestrutura básica, como luz e água.
Lucas Cunha, de 18 anos, presidente da Associação Gonçalense de Estudantes Secundaristas, descreveu o impacto dos furtos no cotidiano escolar.
Muitas vezes chegamos pela manhã e encontramos a escola sem luz e com canos estourados. Apesar de registrarmos as ocorrências na delegacia, não recebemos retorno das autoridades. É muito frustrante se preparar para estudar e encontrar a escola nessas condições. O bloco C, por exemplo, frequentemente fica sem luz devido ao furto de fios
Manifestação
Cansados da situação, os alunos organizaram uma caminhada na tarde de terça-feira (13), buscando sensibilizar a população local e chamar a atenção das autoridades. Segundo os manifestantes, a presença policial na área é rara, o que deixa a escola vulnerável às ações criminosas.
Lawan de Marins, de 18 anos, aluno do 3º ano do ensino médio, expressou sua indignação.
"É decepcionante ver que o patrulhamento policial quase não acontece aqui. O que podemos fazer? Não podemos aceitar que isso continue. A escola já tem dificuldades para arrecadar materiais, e quando conseguimos novos equipamentos, como ar-condicionado, eles são roubados. Não podemos continuar assim”, afirmou.
O que diz Estado?
A Secretaria Estadual de Educação (Seeduc) disse que já existe uma investigação em andamento em delegacia de São Gonçalo e que todas as providências estão sendo tomadas. Segue, abaixo, a nota da Seeduc.
"Como plano de ação, o Conselho Escolar se reuniu e, além da colocação de uma estrutura para proteger os hidrômetros da unidade, serão instaladas novas câmeras de segurança. A Patrulha Escolar também foi acionada. A Seeduc mantém diálogo permanente com as Polícias Militar e Civil e vem acompanhando os registros feitos pelas unidades escolares através do Registro de Violência Escolar (RVE), ferramenta disponível na plataforma Conexão Educação, da Secretaria, com o objetivo de mapear casos ocorridos na rede e nortear futuras ações, para, inclusive, reforçar a importância da cultura de paz nas escolas".
A Polícia Militar informou, por meio do comandando do 7º BPM (São Gonçalo), que intensificou o policiamento na região, com ações ostensivas e o reforço de equipes através do Regime Adicional de Serviço (RAS).
A Prefeitura de São Gonçalo, por sua vez, declarou que foi solicitado o apoio da Guarda Municipal para garantir a segurança dos manifestantes durante o ato nesta terça, que transcorreu de forma pacífica e sem incidentes.
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