Cidades
Sanemar planeja levar água e esgoto para áreas de Maricá
Uma reunião nesta terça-feira (10) no espaço Sal da Terra, no Centro de Maricá, serviu de apresentação das atividades da Companhia de Saneamento de Maricá (Sanemar).
No encontro foram detalhados os projetos da nova autarquia municipal para levar água potável e tratamento de esgoto a áreas ainda não beneficiadas da cidade. O prefeito Fabiano Horta participou do encontro, que teve a presença de funcionários e parte da equipe de governo.
Durante a apresentação, o presidente da Sanemar, Edes Oliveira, falou sobre as ações prioritárias da empresa, como a instalação de uma rede adutora de 26 km de extensão, que vai captar 100 litros de água por segundo do rio Tanguá no limite entre o município e Rio Bonito.
A apresentação mostrou que o projeto é vantajoso quando são feitas comparações. A captação em Juturnaíba, por exemplo, exige 80 km de adutora. Já a captação em Imunana-Laranjal exige outros 36 km até Itaipuaçu. Também a título de comparação, a captação que atende a cidade do Rio de Janeiro fica a 60 km de distância da cidade.
A partir disto, a rede que hoje atende à região do centro será ampliada e haverá um assentamento de rede para a área de São José de Imbassaí, ação prevista para começar um ano e meio após a licitação, marcada para novembro.
Para dezembro, porém, os bairros de Ponta Negra e Cordeirinho já deverão receber água em suas torneiras, com a conclusão da obra da Cedae de captação no rio Badeco.
Na parte de esgoto, o presidente afirmou que vai utilizar os sistemas já existentes, como o do bairro das Pedreiras, e também construir novos, como o que utiliza a chamada ‘captação em tempo seco’ - quando a coleta é feita na rede pluvial, por conta de ligações residenciais, levada à ETE, tratada e devolvida.
A estação da Cedae que atende o Centro tem capacidade de tratar apenas 110 litros por segundo e é necessário construir outra ao lado da atual. O estudo da Sanemar avalia que a nova instalação deverá ter entre 250 e 300 litros por segundo de capacidade. A construção de duas novas estações de tratamento, no Centro e em Itaipuaçu, será custeada pelo município.
Ainda de acordo com a Sanemar, outro passivo ambiental será resolvido com o Termo de Ajustamento de Conduta assinado pela Petrobras com o estado. A compensação devida pela construção do emissário de efluentes do Comperj é calculada em R$ 410 milhões, recurso esse que será passado pela empresa ao estado que, através do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) concluirá a obra com o município.
As duas ETEs terão capacidade de tratamento de 250 litros/segundo, sendo que a do Centro deverá atender cerca de 60 mil pessoas. Uma terceira ETE está sendo estudada para atender a 50 famílias no Silvado.
Outro destaque pontuado por Edes Oliveira foi o modelo de negócio firmado com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae). Segundo a parceria “público-pública”, a Sanemar vai construir a nova rede e a empresa estadual irá ressarcir o investimento municipal. A distribuição, no entanto, continuará sendo feita pela Cedae.
“Trata-se de uma virada de jogo diante da atual tendência do governo federal em privatizar os serviços públicos. Creio que o governo municipal acertou em chamar para si a responsabilidade. Maricá tem uma imensa demanda reprimida neste setor de saneamento básico e nós temos que entrar para jogar, e jogar para ganhar, sem tempo para treino”, afirmou o presidente. Segundo o presidente da autarquia, estima-se que dois terços de Maricá atualmente não estão sendo atendidos com redes de água e coleta de esgoto.
Em sua fala, Fabiano Horta reiterou que a Sanemar tem a missão de romper um ciclo de ineficiência do setor público nesta área. “A empresa é o centro de um grande desafio de desenvolvimento e integração, pois há um passivo na cidade que precisa ser reparado. É preciso promover saneamento e levar água onde ainda não há, isso é afetar a vida das pessoas de maneira positiva”, apontou o prefeito.
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