Caça ilegal
Capivaras são encontradas mortas a tiros na Zona Oeste do Rio
Segundo denúncias, carne do animal seria vendida em feiras
Quatro capivaras foram encontradas mortas a tiros no sistema lagunar de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, nos últimos 15 dias. Os animais apresentavam perfurações e escoriações em seus corpos. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) investiga o caso.
A morte das capivaras está sendo tratada como resultado de caça ilegal, uma prática que, de acordo com o biólogo Mario Moscatelli, tem ocorrido na região.
Moscatelli afirma que esses animais são caçados e a carne vendida em feiras locais na Baixada de Jacarepaguá, apesar da proibição da caça no Brasil, que configura crime ambiental.
Além disso, ele alerta para os riscos associados ao consumo dessa carne, que pode estar contaminada por toxinas produzidas por cianobactérias, consequência direta da poluição do sistema lagunar.
Ainda de acordo com Moscatelli, as cianobactérias se proliferam devido à degradação ambiental das lagoas, e as toxinas produzidas por elas são perigosas para a saúde humana.
"Não existem preparos que eliminem essas toxinas, e quem consome a carne contaminada se expõe a sérios riscos", explicou o biólogo.
A prática de caça, além de ilegal, ameaça a manutenção da espécie, que desempenha um papel fundamental no ecossistema da região.
Casos anteriores
O caso em Jacarepaguá não é o primeiro. Em março do ano passado, capivaras foram encontradas mortas na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul da cidade. Outra capivara, conhecida como Armando, foi localizada machucada dois meses depois, com sinais de ataque, possivelmente causado por pedras.
As capivaras, segundo Moscatelli, são essenciais para o processo de recuperação ambiental da Lagoa de Jacarepaguá e poderiam transformar a área em um polo de ecoturismo na cidade. Ele destacou que esses animais contribuem para o equilíbrio ecológico da região e que "valem muito mais vivos do que mortos".
A caça e outras ações contra a fauna silvestre no Brasil são consideradas crimes ambientais pela Lei nº 9.605/1998. A Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento e agentes estão realizando diligências para identificar os responsáveis pelos crimes ambientais.
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