Vistoria
Barcas das linhas Ilha do Governador e Niterói interditadas pela Marinha
Fiscalização foi realizada na manhã desta terça-feira (14)

Duas das cinco embarcações da empresa Barcas Rio, que fazem o transporte aquaviário na Baía da Guanabara, foram interditadas pela Marinha do Brasil, na manhã desta terça-feira (14), após constatação de vazamento de óleo na casa de máquina e ausência de condições de operação em ambas. As embarcações interditadas foram a Gávea 1, que faz o trajeto Ilha do Governador–Praça XV, e a Corcovado, que atende a rota Praça XV–Niterói.
A informação é do deputado estadual Marcelo Dino (União) que solicitou e acompanhou a inspeção, que partiu da Terminal de Cocotá, na Ilha do Governador, e contou ainda com representantes da Secretaria Estadual de Transportes, da Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp) e da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Segundo o parlamentar, foram encontradas outras irregularidades nas embarcações, como falta de ar-condicionado funcional (das cinco embarcações, três possuem o sistema, mas sem capacidade de refrigeração adequada); ausência de acessibilidade para cadeirantes, com rampas móveis que dependem de servidores para instalação; banheiros em condições precárias, bebedouros sem água e coletes salva-vidas mofados; superlotação nas viagens, especialmente nas linhas Praça XV–Ilha do Governador e Praça XV–Charitas.
“Não basta reduzir a passagem de R$ 7,70 para R$ 4,70 se o serviço não oferece dignidade. É inadmissível que o cidadão fluminense continue sendo tratado com descaso”, afirmou o parlamentar.
Ampliação de horários e auditoria financeira
O deputado estadual informou ainda que vai solicitar um estudo técnico para ampliação dos horários da linha da Ilha do Governador, além de auditoria financeira para apurar o faturamento e os subsídios pagos à empresa Barcas Rio, que recebe cerca de R$ 2 milhões mensais da Prefeitura do Rio para operar o trajeto Praça XV–Niterói.
O parlamentar também apontou um possível conflito de interesses na fiscalização contratual, já que a Secretaria Estadual de Transportes, responsável pela contratação da empresa Barcas Rio, é também a encarregada pela fiscalização do serviço — o que, segundo Dino, reforça a necessidade da recomposição da Agetransp como órgão regulador independente.
Sem respostas sobre a consequência das interdições
Até a publicação desta reportagem, o ENFOCO não havia recebido respostas da Marinha e da Secretaria Estadual de Transportes sobre mais detalhes da vistoria e as consequências sobre a prestação do serviço com as interdições das embarcações. A Prefeitura do Rio também não respondeu sobre os subsídios à Barcas Rio.


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