Emoção
'Que nossa dor não se repita', diz esposa de Dom em funeral
Familiares relembraram o legado de luta e amor do jornalista
O funeral e cremação do jornalista britânico Dom Phillips aconteceu na manhã deste domingo (26), no Cemitério Parque da Colina, em Pendotiba, Niterói, Região Metropolitana do Rio. Durante a celebração, a esposa de Dom, Alessandra Sampaio, e a irmã Sian Phillips leram uma carta em homenagem à luta do jornalista.
A cerimônia seguiu privada para a família. A viúva de Dom, muito emocionada, começou a leitura da carta agradecendo a todos que participaram ativamente no caso.
Eu gostaria de expressar minha eterna gratidão aos povos indígenas, que seguem junto conosco, como leais guardiões da vida, da justiça, das nossas florestas. Meu especial respeito e admiração a Univaja, parceira desse momento tão difícil. Muito obrigada a todos que participaram das buscas ativamente. Eu agradeço imensamente a imprensa e aos amigos jornalistas que têm sido fundamentais nos esforços de apuração do caso, na cobrança de transparência nas investigações e na mobilização que permitiu que chegássemos todos até aqui
Alessandra continuou relembrando do amor de Dom pelo trabalho e pela vida, ressaltando que a vida dos que lutam pelo ativismo ambiental segue em risco.
"Dom era uma pessoa muito especial, não somente por defender aquilo que acreditava como profissional, mas também por ter um coração enorme e um grande amor pela humanidade. Seguiremos atentos a todos os desdobramentos das investigações, exigimos justiça no significado mais abrangente do termo. Renovamos nossa luta para que nossa dor e da família de Bruno Pereira não se repita, como também a família de outros jornalistas e defensores do meio ambiente, que seguem em risco!" finalizou.
Durante o discurso, os familiares foram aplaudidos. Eles pediram privacidade para dar o último adeus ao jornalista.
Dom, junto com o indigenista Bruno Pereira, estava desaparecido nas terras indígenas do Vale do Javari, no Amazonas, desde o dia 5 de junho. Os corpos foram encontrados uma semana depois. Os dois foram mortos a tiros, tiveram os corpos queimados e enterrados
De acordo com a Polícia Federal, o jornalista morreu devido a um traumatismo na região do tronco, provocado por um tiro de munição de caça no tórax. As munições de caça possuem muitos balins, estruturas que se espalham no corpo após o tiro. Já o indigenista morreu devido a um traumatismo no tronco e na cabeça, ele foi atingido por três disparos.
Até o momento, a Polícia Federal prendeu três pessoas pelo crime. Outras cinco são acusadas de enterrar os corpos na mata e seguem foragidas.
Adeus a Bruno Pereira
Familiares e amigos também se despediram do indigenista Bruno Pereira nesta sexta-feira (24). O velório ocorreu em Recife, e teve a presença dos indígenas da tribo Xurucu Ororubá, que prestaram uma homenagem a Bruno.
"A família está se despedindo de Bruno com coração cheio de gratidão por ter tido ele em nossas vidas. A vida de Bruno foi de coragem, dedicação e fidelidade à causa dos indígenas”, disse a família por nota.
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