'Aulas já'
Mães e alunos protestam em Niterói pelo fim da greve do Pedro II
Ato ocorreu em frente ao MPF, em Icaraí, nesta sexta-feira (7)
Dezenas de mães e alunos do Colégio Pedro II realizaram uma manifestação, na tarde desta sexta-feira (7), em frente ao Ministério Público Federal (MPF), na Rua Miguel de Frias, em Icaraí, na Zona Sul de Niterói, pedindo pelo fim da grave na unidade de ensino, que já dura mais de dois meses. Como representantes do grupo, duas delas entraram no prédio, no entanto não houve nenhuma reunião com os procuradores.
A greve teve início no dia 3 de abril após servidores reivindicarem melhores condições de trabalho e um reajuste salarial. Enquanto isso, cerca de 12 mil alunos de todas as unidades do CPII seguem sem aula.
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Além do Pedro II, outras escolas federais de nível médio também estão com funcionários em greve assim como as universidades federais. Por conta disso, os alunos do Colégio Pedro II se sentem prejudicados, já que a prova da Uerj será realizada neste domingo (9).
Segundo Ana Castro, de 59 anos e mãe de uma aluna do 2º ano do ensino médio do Colégio Pedro II, comentou que, por conta da greve, os estudantes estão se virando do jeito que dá para estudar e se preparar para o futuro.
O Pedro II é o único colégio que não começou o ano letivo. Ninguém teve aula até agora. Cada um estudante aqui tem um sonho de um futuro melhor. Como vai ser? Isso é desumano. Eles estão tendo que estudar sozinhos, se virando para ir atrás dos seus sonhos
"Quem for aprovado não vai poder cursar faculdade no ano que vem porque não vai dar tempo de cursar o ano letivo. Então, todo esforço que eles estão fazendo sozinhos, cada gota de suor durante os estudos pode não valer de nada”, contou Ana.
Durante o protesto, os alunos estenderam faixas, ficaram soprando apitos e gritaram “Aulas sim, greve não!”, “Estudantes unidos, qual é nossa missão? Impedir que o governo acabe com a educação!” e “MPF, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!”.
Em um certo momento, eles chegaram a fechar a rua e paralisar o trânsito. Por conta disso, agentes de trânsito foram ao local para orientar os motoristas.
Jaky Habbylla, de 35 anos e também mãe de um aluno do Pedro II do campus Centro do Rio, também lamentou o longo tempo de greve e relatou que os alunos estão desesperados.
Nós temos o calendário letivo mais atrasado do Brasil. Os pais e alunos já estão desesperados. Já estamos no sexto mês do ano e ainda não teve aula. Meu filho é do 7º ano, e ele está muito triste. Até hoje ele me pede todos os dias para ir pra escola
Apesar do tempo de greve, Jaky afirmou que o Governo federal está irredutível, e não há um prazo para o colégio voltar a funcionar.
“Infelizmente estamos sozinhos nessa. Até agora nada foi resolvido e, pelo que parece, não tem prazo para voltar as aulas”, disse.
Ainda de acordo com as mães, estaria agendada uma reunião, no próximo dia 17, entre o presidente Lula e representantes dos funcionários da unidade em greve.
Procurado, o Ministério Público Federal não enviou uma resposta sobre o caso até a publicação desta reportagem.
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