Conflito
Bikes e motos elétricas: imprudência irrita pedestres em Niterói
Moradores relatam manobras perigosas e velocidade excessiva
A grande circulação de bicicletas e motos elétricas em Niterói, Região Metropolitana do Rio, tem irritado os moradores da cidade em relação à imprudência de muitos condutores, o que traz mais insegurança ao trânsito.
De acordo com a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), bicicletas, bicicletas elétricas e veículos autopropelidos podem circular pelas calçadas compartilhadas, ciclofaixas e ciclovias.
Mas a sensação de um crescimento no número deste tipo de veículos na cidade é paralelamente proporcional às atitudes irresponsáveis dos condutores, segundo os moradores ouvidos pela reportagem do ENFOCO, nas ruas de Icaraí, na Zona Sul de Niterói.
A advogada Fernanda Lemos, de 48 anos, falou que já presenciou inúmeros acidentes e vê pessoas praticando direção perigosa.
“Isso fica uma zona mesmo com os guardas de trânsito ajudando. Eles (condutores) fazem o que querem”, disse a advogada Fernanda Lemos, de 48 anos.
Segundo ela, poucos minutos antes de ser abordada pela reportagem, presenciou a queda de uma jovem em uma bicicleta elétrica.
A aposentada Zélia Maria, de 72 anos, também criticou a condução de quem usa os veículos.
“Eu já levei cada susto aqui que você não imagina. Esse pessoal sobe em calçada, não respeita pedestre e muito menos, nós, idosos. A gente anda mais 'devagarzinho', com 'passinho de tartaruga', relatou a idosa que também informou que já recebeu até xingamentos.
Cuidados
Apesar das atitudes negativas, há quem se destaque com boas práticas. O estudante de Educação Física Matheus Dutra, de 22 anos, tem uma bicicleta elétrica há cerca de dois anos e disse que sempre pensa no próximo, mantendo a atenção enquanto pilota.
“Eu tenho carro, mas uso a bike, principalmente quando estou atrasado para alguma coisa. Aqui em Icaraí, costumo fazer tudo andando, mas acho que a gente tem que ter cuidado e principalmente pilotar devagar. Tem muitas crianças, famílias passeando, pessoas com cachorros nas calçadas. Eu tento ser o mais cuidadoso possível”, relatou o jovem, que disse achar interessante a prática para melhorar o trânsito.
O que diz a Prefeitura
Atualmente Niterói tem 41 quilômetros de calçadas compartilhadas no município. Alguns exemplos são o túnel Raul Veiga, e trechos da transoceânica, ao longo da Estrada Francisco da Cruz Nunes.
A Prefeitura de Niterói disse que segue as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para regular a circulação dos veículos mencionados na reportagem.
"A Coordenadoria Niterói de Bicicleta informa que a cidade está seguindo as orientações estabelecidas pela regulamentação federal Contran 996, através da elaboração do decreto municipal 13.889/2021, com campanhas de educação e treinamento de equipes de agentes e operadores de trânsito", conta.
Categorias
Vale destacar a diferença entre cada uma das categorias de forma resumida:
- As bicicletas elétricas possuem pedal assistido e podem ou não ter acelerador;
- Os autopropelidos podem ter acelerador, mas têm limitação de velocidade, potência e dimensões;
- Já os ciclomotores, veículos mais robustos e mais rápidos, podem chegar até 50km/h.
Regras
O governo municipal informou ainda o que descreve o documento do Contran.
"De acordo com a resolução do Contran, bicicletas, bicicletas elétricas e veículos autopropelidos podem circular pelas calçadas compartilhadas, ciclofaixas e ciclovias. Destaca-se que, em calçadas sem a permissão de circulação compartilhada, o condutor pode trafegar desde que desmontado, empurrando o veículo. Já os ciclomotores só podem trafegar na rua, têm que ter placa e licenciamento, e o condutor precisa de habilitação específica. No entanto, o prazo para emplacar é até o fim de 2025", esclarece.
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