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    Sem dormir, cansaço: a noite de moradores no escuro em Itaipuaçu

    Denúncias apontam que problema tem sido recorrente

    Publicado 16/01/2024 às 9:14 | Atualizado em 16/01/2024 às 12:34 | Autor: Ana Carolina Moraes
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    Moradores de Itaipuaçu fizeram protesto no início da noite desta segunda-feira (15)
    Moradores de Itaipuaçu fizeram protesto no início da noite desta segunda-feira (15) |  Foto: Reprodução
    Na mais recente queda de luz, moradores ficaram cerca de 8 horas no escuro
    Na mais recente queda de luz, moradores ficaram cerca de 8 horas no escuro |  Foto: Arquivo / Péricles Cutrim

    Moradores de Itaipuaçu, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, passaram a maior parte da madrugada desta terça-feira (16) sem conseguir dormir e no calor, porque parte do distrito ficou sem o fornecimento de energia elétrica.

    Na mais recente falta de luz, os clientes da Enel ficaram cerca de oito horas no escuro. Segundo queixas, o serviço parou por volta de 19h de segunda-feira (15) e retornou por volta de 3h da madrugada.

    LEIA+: 'Perdi tudo': moradores passam Natal às escuras em Maricá

    Só que há denúncias de que, antes mesmo disso, já havia queda de energia elétrica em determinadas regiões. Os relatos, no geral, são de cansaço até mesmo para trabalhar.

    "Não compartilho com protestos violentos, mas estamos saturados. Esperamos providências. As proximidades da rua 70, mais de 24h sem luz. Na estrada de Itaipuaçu ficaram mais de três dias; na rua 34, altura da rua 14, mais de três dias sem luz. Até onde vamos ter que aguentar isso? Essa empresa tem que indenizar os moradores e sair da nossa cidade o quanto antes", reclamou o morador Miguel Angelo.

    Moradores de Itaipuaçu fizeram protesto no início da noite desta segunda-feira (15)
    Moradores de Itaipuaçu fizeram protesto no início da noite desta segunda-feira (15) |  Foto: Reprodução

    A professora Helen Jesus relatou um pouco do desesperado ao ENFOCO. Ela é moradora da Rua Henriqueta Rios Rosa, localizada no Jardim Atlântico Leste.

    "É um absurdo! A gente chega cansado do trabalho, um calor muito grande e não tem luz. Como fazer uma janta? Como fazer seus afazeres domésticos? E como dormir? Estamos retornando ao trabalho exaustos", afirmou ela.

    Nas redes sociais, outros moradores do município também lamentaram a situação.

    "Mais uma vez sem luz na Rua 121, entre as ruas 35 e 90", escreveu um usuário. "Essa falta de luz só me lembra o passado quando Itaipuaçu só tinha mais mato do que casa. A Enel precisa entender que novas medidas precisam ser tomadas. Tem muitos moradores. O sistema elétrico de Itaipuaçu não dá mais conta de tanta demanda", disse uma mulher.

    De acordo com a moradora Tina Tenorio, a luz só voltou em uma fase, nesta terça-feira (16).

    "A noite toda sem luz e agora só voltou uma fase. Cozinha, sala e banheiro sem luz ainda", disse a mulher, que vive na região do Jardim Atlântico Leste, próximo à Restinga.

    As ruas 63 e 86 também ficaram sem luz.

    "Realmente é uma falta de respeito, todos os dias a noite acaba a luz, e o pior é que os meios de contato com a Enel também param de funcionar. O telefone deles sempre com a caixa postal lotada e o serviço de WhatsApp nunca encontra a sua localidade", escreveu um outro internauta.

    Procurada, a Enel Distribuição Rio informou que na noite desta segunda (15), por volta das 21h, ocorreu um desarme no alimentador de Inoã, que atende o município de Maricá.

    "Equipes foram imediatamente acionadas. Devido à dificuldade em acessar o local de realização dos reparos, houve um atraso no início das atividades. O fornecimento de energia foi restabelecido por volta das 3h. A Enel está investigando as causas do desarme."

    Casos recorrentes

    Vale lembrar que muitas pessoas ficaram sem luz na mesma região durante a noite de Natal, há menos de um mês. Conforme relatos, a energia caiu na tarde de domingo (24) e só foi restabelecida na manhã de segunda-feira (25). As ocorrências aconteceram no bairro Itaipuaçu.

    "Perdi tudo de mercado, nunca vi acontecer tamanho descaso! Ter que jogar além de alimento fora, o que por si só já é inadmissível em um país miserável como o nosso, ter que desfazer todo o planejamento de descanso, para limpar geladeira, ir para mercado novamente", disse a terapeuta sistêmica Rita Carvalho, que estava em Itaocaia Valley.

    Na casa do vendedor Alex Lagoa, de 32 anos, todos os familiares tiveram que adiantar a ceia para mais cedo, já que não tinha como armazenar os alimentos na geladeira.

    "A energia acabou por volta das 14h. Tivemos que adiantar nossa ceia de natal por conta da falta de energia. Não tínhamos como conservar os alimentos por muito tempo. O pavê desandou e ainda tinha o risco das comidas com maionese estragarem. O calor e a noite abafada ainda complicaram a situação", lamenta o rapaz, que só teve a energia restabelecida nesta manhã.

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