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    Associação muda de lugar e causa polêmica em Maricá

    Moradores do loteamento Manu Manuela questionam segurança

    Publicado 04/07/2024 às 8:12 | Atualizado em 05/07/2024 às 7:56 | Autor: Ezequiel Manhães
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    Grupo fez um ato pacífico pelas ruas do Centro, nesta quarta-feira (3)
    Grupo fez um ato pacífico pelas ruas do Centro, nesta quarta-feira (3) |  Foto: via Grupo Enfoco

    A chegada de uma comunidade terapêutica, voltada para o tratamento de dependentes químicos, a um imóvel alugado, na rua 16, do loteamento Manu Manuela, em Maricá, tem gerado polêmica entre a vizinhança, sob argumento da "falta de segurança" na área residencial.

    Nesta quarta-feira (3), inclusive, um grupo fez ato pacífico pelas ruas do Centro, pedindo o cancelamento da mudança de endereço. A previsão é que a ONG Projeto Livres (Proliv) inaugure o espaço até meados do mês, com cerca de 10 residentes.

    Um ofício enviado pela Associação de Moradores do Manu Manuela à prefeitura de Maricá, no último dia 26, questiona a concessão do alvará e documentações necessárias para o funcionamento do projeto assistencial.

    Questionado pelo ENFOCO, o governo municipal afirmou que a associação não possui o alvará para o funcionamento no local em questão. À reportagem, no entanto, o Proliv garante que o imóvel tem autorização para uso comercial.

    Além disso, a instituição argumenta que há liberações da prefeitura e da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja) para operar lá.

    No espaço, entre os atendimentos, estão previstas atividades de grupos terapêuticos, atendimentos clínico e psicoterápicos individuais, além de oficina de horta.

    "Uma das moradoras do loteamento alugou a casa para essa clínica. Não somos contra a clínica, deixando bem claro, não é questão de preconceito. Só não achamos certo colocar em um local residencial, com creches, cursos para crianças", contou uma moradora, que prefere não se identificar.

    'Diálogo em vez de preconceito', diz associação

    O psicólogo Pedro Victorino, assessor técnico da Proliv, explica que apesar da instituição "não ter obrigação de satisfação sobre contrato privado", está aberta ao diálogo, desde que hajam alternativas concretas.

    Isso, segundo ele, foi tratado em reunião da última terça (2), organizada pelo Conselho Municipal de Enfrentamento à Dependência Química e ao uso Abusivo de Álcool e outras Drogas de Maricá (Comad), com os moradores.

    "Todos os territórios que ocupamos, nós cuidamos. O preconceito rompe com o diálogo. Estamos há 17 anos em Maricá, com um leque de parcerias, e estamos promovendo a repaginação da instituição", explica.

    Segundo o doutorando em Políticas Públicas, a mudança se faz necessária já que o atual imóvel onde a Proliv está instalada, em Chácaras de Inõa, foi solicitada pelo proprietário, que tem outros interesses particulares.

    "[A mudança para o Manu Manuela] já deveria estar acontecendo, mas estamos avaliando. Uma série de artistas nos ajudam, atendemos pessoas de vários lugares", ressalta.

    Presente no protesto desta quarta, um outro morador reforça que os manifestantes já propuseram a rescisão do atual contrato do Proliv, no imóvel localizado no Manu Manuela, e ajuda financeira para o aluguel de um novo espaço. 

    "Já propomos ajuda para encontrar um novo local mais afastado, sítios com boas estruturas, onde dependentes químicos não tenham acesso a bares, e etc. Oferecemos ajuda financeira, jurídica. São mais de 2 mil moradores e é algo unânime. Todos são contra a instalação da clínica aqui. Queremos achar um local adequado para a segurança de todos", enfatiza.

    A Prefeitura de Maricá informou ainda, em nota, que "a secretária municipal de Planejamento, Orçamento e Fazenda, Lawrice Souza, acompanhada do subsecretário de Governo Bruno Lourenço Barbosa e da chefe de Gabinete, Margareth Chaves, esteve na manhã desta quarta-feira (3) conversando com os moradores para explicar a situação do estabelecimento. O mesmo não possui o alvará para o funcionamento no local em questão".

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