Que energia!
Enfermeira desfila de baiana em três escolas de samba no Rio
Danielle Couto faz maratona no período do Carnaval
Coordenadora do Centro Obstétrico do Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda (HMABH), no Centro, Danielle Couto tem uma rotina atribulada entre as dores do parto de suas pacientes e o nascimento dos bebês.
Com a proximidade do Carnaval, ao encerrar o expediente, ela troca o jaleco pela fantasia de baiana para bater ponto nos ensaios das três escolas pelas quais desfila.
Assim como ela, nesta época do ano vários trabalhadores da saúde se dividem entre as responsabilidades do atendimento à população e o amor pelo samba.
"Meu combustível é o samba", diz Danielle.
A maratona carnavalesca da enfermeira especializada em obstetrícia começou há nove anos, quando desfilou pela primeira vez na União de Jacarepaguá, escola que faz parte da Série Ouro do Carnaval carioca. Em 2017, ela foi convidada para ser componente da azul e branca e tornou-se baiana da Portela.
"Nesse momento, fui bicada pela águia e sou muito feliz na Majestade do Samba. Neste ano, o desfile será ainda mais especial, pois é o centenário da Portela", comemora a enfermeira, que também dá apoio à ala de baianas do Salgueiro.
Colega de profissão de Danielle, Tuany Ferreira, de 29 anos, é passista da Imperatriz Leopoldinense. Por influência da avó, que não abria mão de ter um profissional de saúde na família, ela conciliou o curso técnico de enfermagem, no Ensino Médio, com as aulas de dança.
Hoje, ela defende o Sistema Único de Saúde (SUS) como enfermeira na Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, no Complexo da Maré, e as cores da verde e branca de Ramos na Marquês de Sapucaí.
Para não fazer feio na avenida, Tuany, que desfila desde 2013, faz um treino anual que inclui uma rotina diária de exercícios físicos na academia, além do auxílio de um coach que cuida da forma e da dieta dela e do marido, que é mestre-sala da Unidos de Padre Miguel.
"Como os ensaios são noturnos, a preparação para o Carnaval não afeta o meu trabalho na clínica da família. A enfermagem e o carnaval são essenciais na minha vida e, por isso, me entrego de corpo e alma a essas duas paixões", se derrete a passista, que também desfila na escola Difícil é o Nome, na Intendente Magalhães.
E tem Agente Comunitário de Saúde (ACS) no samba também. Markinhos, que faz parte da equipe do Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, é diretor de chocalho da Paraíso do Tuiuti, mesma escola onde o pai, o Mestre Marcão, rege a bateria.
"Trabalhar com o meu pai é muito tranquilo, pois a gente se entende no olhar. Meu avô também foi mestre de bateria, então eu nasci e cresci no mundo do samba, assim como minhas irmãs", conta o ritmista, que já passou pela Mangueira e pelo Salgueiro, além de escolas de outros estados.
Como ACS, Markinhos está exercendo, desde o ano passado, o seu primeiro trabalho fora do âmbito carnavalesco.
"Decidi fazer a seleção para ACS incentivado por um primo que trabalhava na função. Está sendo uma experiência de muito aprendizado e que me faz muito bem. Assim como no carnaval, lido bastante com o público, o que para mim é gratificante", finaliza o diretor, que também vai desfilar pela Acadêmicos do Grande Rio.
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