Cidades
Corpo de adolescente é enterrado em Niterói
O enterro do jogador de futebol Dyogo Xavier de Brito, de 16 anos, foi marcado pelos sentimentos de revolta e justiça por parte dos familiares e amigos que conviviam diariamente com o adolescente. Cerca de 500 pessoas estão reunidas na cerimônia fúnebre e parte do grupo veste camisas brancas com uma tintura vermelha, representando o sangue do rapaz.
Durante o funeral, que aconteceu no Cemitério São Francisco Xavier, em Charitas, Niterói, às 15h da tarde desta terça-feira (12), membros do Atlético Football Club, onde o rapaz treinava futebol, também compareceram para homenagear o atleta, que atuava na categoria sub-17 do clube na posição de volante.
O supervisor da equipe sub-17, Antônio Carlos Villa Flor Brito, disse que Dyogo vai fazer muita falta no amor e carinho que demonstrava com todos e na personalidade que tinha. “Era um garoto educado e muito diferenciado”, disse.
Convivendo há cinco anos com o amigo, o também jogador Luan Rodrigo disse que tinha muita confiança nele. “Ele era um cara surreal. Gente boa, muito amigo. Ele marcou o coração de todos nós”, destacou.
O sepultamento ocorreu um dia após a vítima ter sido baleada na região das costas, durante operação policial na Comunidade da Grota, em São Francisco. Os moradores da localidade acusam à Força Policial de ter atirado contra o menino, justamente no momento em que ele saiu de casa para treinar o esporte que mais amava no Rio de Janeiro, como já era de costume.
“Tinham dois policiais que falaram ‘perdeu, perdeu’. O meu sobrinho tinha uma chuteira, uma sandália e uma camisa dentro da mochila. Ficaria uma semana no América. Cheio de esperança e vida. Ele foi assassinado. Não tinha confronto naquele momento. Peço aos policiais que se preparem melhor para fazer uma ação na comunidade. Nós temos testemunhas”, disse Mauro Francisco, de 59 anos, um dos tios de Dyogo.
Muito emocionado, o avô do garoto, Cristóvão Brito, que atua como motorista, disse durante o cortejo que o momento é de uma dor incomparável. Foi ele o responsável por socorrer o próprio neto, momentos após descobrir a fatalidade — levando a vítima em seguida à Policlínica do Largo da Batalha. Mesmo assim, o menino já chegou na unidade de saúde sem vida.
Nesta terça (13), ainda mais cedo, um ônibus saiu da Comunidade da Grota por volta das 13h lotado de amigos, que foram conceder o último adeus ao menino morto de forma inesperada.
Homenagens
Desde a notícia de sua morte, centenas de homenagens foram feitas ao jovem amante do futebol, através das redes sociais.
Incontáveis eram os vídeos, fotos e mensagens compartilhadas por pessoas mais próximas a ele. Todas as publicações chamavam carinhosamente o jogador pelo apelido de “Dondom”.
Pedro Henrique também de 16, era um dos melhores amigos de “Dondom” como ele era carinhosamente conhecido. O adolescente contou que recentemente chegou a ter um sonho ruim com o amigo.
“Sempre falei para ele tomar cuidado por morar em comunidade. O sonho dele era ser jogador de futebol para tirar a família do lugar que eles moravam. Mas infelizmente não deu tempo. Vamos sentir muita falta dele. Será para sempre lembrado, desabafou.
Colaboração: Lislane Rottas
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