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Vida extraterrestre é detectada em planeta distante

Estudo identifica compostos biológicos em planeta a 119 anos-luz

Publicado 17/04/2025 às 8:46 | Autor: Enfoco
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Impressão artística do exoplaneta K2-18b
Impressão artística do exoplaneta K2-18b |  Foto: Reprodução / Universidade de Cambridge

Pesquisadores da Universidade de Cambridge, nos Estados Unidos, encontraram indícios de moléculas associadas à vida na atmosfera do planeta K2-18b, que orbita uma estrela distante. O achado, feito com o uso do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da Nasa, foi descrito como promissor, mas ainda carece de confirmação.

É a segunda vez que sinais químicos relacionados à presença de organismos vivos são detectados em K2-18b. A equipe identificou possíveis traços de dimetilsulfeto (DMS) e dimetil dissulfeto (DMDS), compostos que, na Terra, são produzidos por fitoplâncton marinho e bactérias.

O professor Nikku Madhusudhan, líder do estudo, relatou surpresa com a concentração de gás observada. “A quantidade que estimamos desse gás na atmosfera é milhares de vezes maior do que temos na Terra”, disse ele. “Então, se a associação com a vida for real, esse planeta estará repleto de vida.”

Ainda segundo ele, há expectativa de obter “provas conclusivas em breve’’: 

Aspas da citação
Esta é a evidência mais forte até agora de que possivelmente existe vida lá fora. Posso dizer com realismo que podemos confirmar esse sinal dentro de 1 a 2 anos
Nikku Madhusudhan, professor líder da pesquisa
Aspas da citação

Duas vezes maior que a Terra

O planeta K2-18b tem tamanho cerca de duas vezes e meio maior que a Terra e está a 119 anos-luz de distância. Cientistas conseguiram analisar sua atmosfera a partir da luz da pequena estrela vermelha que ele orbita.

A detecção atual ainda não atinge o nível de certeza estatística exigido para ser classificada como descoberta. Os dados alcançaram três sigma (99,7% de certeza), abaixo do padrão científico de cinco sigma (99,99999%).

Ainda assim, os resultados são mais robustos do que os obtidos há 18 meses, quando o mesmo grupo identificou o sinal com apenas um sigma (68%).

A professora Catherine Heymans, da Universidade de Edimburgo e astrônoma real da Escócia, ressalta que, mesmo com alto grau de certeza, não se pode afirmar a origem biológica do gás.

“Na Terra, ele é produzido por microrganismos nos oceanos, mas mesmo com dados perfeitos não podemos afirmar com certeza que essa origem é biológica em um mundo alienígena — porque coisas muito estranhas acontecem no Universo, e não sabemos que outro tipo de atividade geológica poderia estar ocorrendo nesse planeta e que também poderia produzir essas moléculas.”

Essa incerteza é reconhecida pelos próprios autores do estudo, que realizam experimentos para verificar se DMS e DMDS podem surgir por vias não biológicas.

Pesquisadores também divergem quanto à composição do planeta. A ausência de amônia em sua atmosfera levou alguns cientistas a sugerirem a presença de um grande oceano líquido, que a absorveria. Já outros acreditam que o planeta pode ser composto por rocha derretida ou até mesmo ser um mini gigante gasoso sem superfície.

“Tudo o que sabemos sobre planetas que orbitam outras estrelas vem de minúsculas quantidades de luz que passam por suas atmosferas. Então é um sinal extremamente tênue que temos que interpretar — não só em busca de vida, mas de tudo”, explicou o professor Oliver Shorttle, da Universidade de Cambridge.

Diante das múltiplas interpretações e hipóteses, o debate científico sobre K2-18b permanece aberto. “Daqui a algumas décadas, podemos olhar para esse momento e reconhecer que foi quando o universo vivo se tornou algo ao nosso alcance”, afirmou Madhusudhan.

A pesquisa foi publicada na revista The Astrophysical Journal Letters.

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