Suspeita de envenenar ovo de Páscoa comprou doce disfarçada

A mulher suspeita de envenenar um ovo de Páscoa enviado a uma família em Imperatriz, no Maranhão, que matou uma crinaça de sete anos, utilizou um disfarce no momento da compra do chocolate. Imagens de câmeras de segurança de um estabelcimento mostram a mulher, de 35 anos, usando peruca e óculos escuros ao adquirir o produto em uma loja da cidade.

De acordo com a Polícia Civil, o disfarce foi uma tentativa da suspeita de evitar ser identificada durante as investigações. Jordélia foi presa e admitiu ter comprado o ovo, mas negou que tenha colocado veneno.

O doce foi entregue na casa de Maria Lira como se fosse um presente, com um bilhete escrito: 'Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa', por um mototaxista, na noite da última quarta-feira (16). Antes de consumir o doce, Maria recebeu uma ligação de uma pessoa perguntando se ela já havia comido o chocolate. A mulher respondeu que não e questionou quem havia enviado. A pessoa teria respondido que, assim que ela consumisse, saberia quem enviou o presente.

Maria consumiu o chocolate junto com seus filhos. O menino Luís Fernando não resistiu. Maria e a filha, de 13 anos, permanecem internadas em estado gravíssimo no Hospital Municipal de Imperatriz.

Motivação do crime pode ter sido vingança

A principal hipótese da Polícia Civil aponta que o crime foi motivado por ciúmes. Jordélia Pereira Barbosa, suspeita de enviar o ovo de Páscoa supostamente envenenado, é ex-namorada do atual companheiro de Mirian Lira, com quem teria tido desentendimentos anteriores.

Durante as apurações iniciais, as autoridades chegaram a considerar que o namorado ou até o ex-marido de Mirian pudessem estar envolvidos. No entanto, ao colher o depoimento do atual parceiro da vítima, a polícia foi informada da existência de uma ex-namorada que poderia ter relação com o caso.

A partir dessa informação, os investigadores identificaram Jordélia como moradora de Santa Inês e confirmaram que ela se hospedou em um hotel em Imperatriz no mesmo dia em que o ovo foi entregue à família.

Também foi apurado que, nessa mesma data, Jordélia realizou a compra do chocolate utilizado no envio.

Captura da suspeita

A Polícia Civil monitorou os passos da suspeita e conseguiu localizá-la quando ela deixava Imperatriz em direção a Santa Inês. Com apoio da Delegacia Regional de Santa Inês, os agentes efetuaram sua prisão assim que ela desembarcou de um ônibus intermunicipal.

Durante a abordagem, foram apreendidas com a mulher duas perucas (uma preta e outra loira), embalagens de chocolate, medicamentos e bilhetes de passagens de ônibus, um deles datado de segunda-feira (14), dois dias antes da entrega da encomenda à família vítima, feita por um mototaxista.

De acordo com a polícia, os elementos reunidos até o momento são suficientes para apontar Jordélia como principal suspeita do envenenamento.

Investigação

Amostras do chocolate enviado foram recolhidas e enviadas ao Instituto de Criminalística, e o laudo deve ser concluído em até dez dias. Também foi solicitada a análise de sangue das vítimas, além de exames nos produtos apreendidos com a investigada, para verificar a presença de substâncias tóxicas.

Os investigadores ainda apuram a possibilidade de envolvimento de outras pessoas no crime.

Jordélia foi encaminhada ao presídio de Santa Inês e deve responder por homicídio qualificado e duas tentativas de homicídio. A audiência de custódia está prevista para ocorrer ainda nesta sexta-feira (18).