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Motoristas de aplicativo deixam função devido a preço do combustível
A disparada nos preços dos combustíveis têm penalizado motoristas em todo o país, mas sobretudo profissionais que atuam fazendo transporte por aplicativo. Apenas no Rio de Janeiro, o valor do litro da gasolina chegou a R$ 7,05, entre 15 e 21 de agosto, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
"Não está valendo a pena. Às vezes a corrida tem valor pequeno e o combustível já chega a R$ 7 em alguns locais. Não tem como ganhar dinheiro. A percepção que a gente [motoristas] e que o consumidor têm é que diminuiu muito o número de profissionais rodando", afirma Denis Moura, diretor executivo da Associação dos Motoristas por Aplicativo do Rio (AMPA-RJ).
Especialista em mobilidade urbana e motorista de aplicativo há sete anos, Denis entende a alta nos combustíveis como o que considera 'a gota d'água' para a desistencia de tantos motoristas na função.
Ele explica que busca fazer renda extra com clientes particulares, para além da plataforma - já que existem custos tarifários: "Não é a minha atividade principal".
Tendência de evasão
Os estados do Acre e Rio Grande do Sul também seguem a mesma tendência do Rio no valor do combustível: R$ 7,13 e R$ 7,18, respectivamente. Segundo a ANP, em outras regiões do país o combustível se aproxima desta faixa de preço a exemplo do Sergipe (R$ 6,78) e de Minas Gerais (R$ 6,75).
Conforme a empresa de gestão de frotas Ticket Log, recentemente - além da gasolina, o Rio de Janeiro registrou o etanol mais caro da região, a R$ 5,354, embora o aumento de 0,22% em relação ao fechamento de julho tenha sido o mais baixo do Sudeste.
Procurada a empresa 99, que atua no transporte por aplicativo, informa aumento na demanda pelo serviço. A empresa afirma que para reduzir o impacto dos constantes reajustes dos combustíveis, lançou um pacote de medidas para oferecer possibilidade de renda aos parceiros.
Segundo a empresa, as iniciativas somam-se aos benefícios concedidos por meio de um programa de parceria que, entre outras vantagens, garante 10% de desconto no combustível dos 3.2 mil postos de uma rede parceira, e já foi responsável por R$ 3,1 milhões de economia aos motoristas que atuam pela empresa.
Disparada de aumentos
No último dia 12 de agosto, a Petrobras anunciou mais um aumento no preço médio da gasolina, sendo o nono desde o começo deste ano. O litro de gasolina vendido pela estatal nas refinarias às distribuidoras teve aumento médio de R$ 0,09. A Petrobras justifica estar acompanhando a elevação nos patamares internacionais de preços.
Em nota a estatal esclarece que 'de forma a garantir que o mercado siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento, o preço médio de venda de gasolina para as distribuidoras passará a ser de R$ 2,78 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,09 por litro'.
O valor final para os motoristas depende de cada posto de combustíveis e também dos impostos e custos operacionais nos diferentes estados.
Segundo levantamento da ANP, na semana de 1º a 7 de agosto, o preço médio da gasolina comum no país, ao consumidor final, estava em R$ 5,853.
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