Esportes
Técnicos da nova geração terminam a temporada 2018 em baixa
No início da temporada de 2018 do futebol brasileiro, a tônica da dança das cadeiras dos técnicos era a aposta nos novos nomes, os chamados “treinadores da nova geração”. Assim, opções como Jair Ventura, Roger Machado, Mauricio Barbieri, Thiago Larghi e Fernando Diniz ganharam espaço, mas ao fim da temporada, nenhum deles conseguiu atingir as expectativas.
Se os chamados “medalhões” antes estavam esquecidos e não figuravam entre as primeiras opções, agora voltam com cada vez mais força. O principal exemplo disso é Luiz Felipe Scolari, campeão brasileiro com o Palmeiras. Além dele, Abel Braga foi escolhido para comandar o Flamengo em 2019, e Cuca foi o grande responsável pela recuperação do Santos na temporada. Os novatos, por outro lado, agora tentam se reerguer, e alguns já até foram anunciados em novos clubes, como é o caso de Mauricio Barbieri, novo comandante do Goiás, e Fernando Diniz, treinador do Fluminense. Porém, o que os chamados “técnicos da nova geração”, fizeram para terem uma temporada considerada “decepcionante”?
Roger Machado
Alberto Valentim comandava interinamente o Palmeiras em novembro de 2017 quando Roger Machado, sob vaias e aplausos dos torcedores, foi anunciado como técnico do time. Com desconfiança, fechou vínculo de apenas um ano com o alviverde e começou embalado no Campeonato Paulista deste ano. No entanto, mesmo com um dos elencos mais caros do Brasil, colecionou maus resultados contra seu maior rival, o Corinthians: uma derrota por 2 a 0 e, mais tarde, a perda do título defendido em casa, com polêmica que perdurou quase até a metade do ano.
Passado isso, seu trabalho ficou marcado por irregularidade: na Copa Libertadores, maior foco do clube no ano, somava bons resultados e foi a melhor equipe na fase de grupos; porém, no Campeonato Brasileiro ora pontuava ora perdia tentos importantes, enquanto, na Copa do Brasil, passou por alguns sustos desnecessários.
Seu maior crime, então, foi a falta de uma identidade de jogo, que somente chegou com sua saída e posterior contratação de Luis Felipe Scolari, que levou a equipe à sua décima conquista do Brasileirão. Roger Machado saiu do cargo com 44 jogos à frente do time (27 vitórias, oito derrotas e nove empates) e, naquela época, o Palmeiras era apenas o sexto colocado da competição nacional.
Mauricio Barbieri
No fim de março, o Flamengo era eliminado pelo rival Botafogo do Campeonato Carioca e, para “cortar o mal pela raiz”, demitiu o técnico Paulo Cesar Carpegiani. Aguardando um grande nome para o comando, o interino Mauricio Barbieri assumiu apenas para manter a equipe no caminho certo.
Acontece que ele fez um ótimo trabalho nos primeiros meses, chegando a apenas uma derrota em 19 jogos (11 vitórias e sete empates), o que garantiu o Rubro-Negro na liderança isolada do Campeonato Brasileiro antes da Copa do Mundo, além de seguir vivo na briga pela Copa do Brasil e pela Libertadores. Em junho, foi efetivado no cargo e, então, as coisas começaram a não dar mais tão certo para o treinador.
Além de cair de posição no Brasileirão, foi eliminado da Libertadores pelo Cruzeiro e perdeu para o Corinthians nas semifinais da Copa do Brasil, o que causou a demissão de Barbieri em 28 de setembro, poucos dias depois da eliminação no torneio nacional.
Jair Ventura
Começou o ano no comando técnico do Santos. José Carlos Peres apostou no carioca como o melhor nome para substituir Levir Culpi e para implantar um DNA ofensivo na equipe. Porém, Jair não atendeu às expectativas, e não durou muito tempo na Vila Belmiro.
A falta de criatividade e ofensividade da equipe foram algumas das principais marcas do treinador no Alvinegro Praiano, e Jair acabou demitido no final de julho, na 14° rodada do Brasileirão, quando o Santos ocupava a 13° colocação, com 16 pontos, dois a mais que o América-MG, time que abria a zona de rebaixamento.
No início de setembro, Ventura foi anunciado no Corinthians, e logo na sua estreia, foi derrotado pelo rival Palmeiras por 1 a 0. No Timão, o time organizado pelo comandante novamente carecia muito de poderio ofensivo, e o desempenho foi simplesmente desastroso. Com apenas quatro vitórias e um retrospecto muito parecido com o de 2007, ano que o Alvinegro foi rebaixado, Jair foi mandado embora para ser substituído por Fabio Carille.
Thiago Larghi
A trajetória no comando técnico do Atlético-MG foi um pouco diferente das dos demais treinadores. O carioca chegou ao Galo em 2017, como auxiliar de Oswaldo de Oliveira, e após a demissão do técnico, passou a ser utilizado como interino.
Durante a pausa para a Copa do Mundo, o Atlético-MG alinhou o seu planejamento para o restante da temporada, e decidiu bancar Larghi como técnico efetivo. O Galo ocupava a parte de cima da tabela, mas o técnico não caiu nas graças da torcida, e na reta final, a reclamação era a de que o time apresentava pouca evolução.
Após um empate com o América-MG pelo placar de 0 x 0, na 29° rodada, Larghi então foi demitido, posteriormente dando lugar a Levir Culpi. O desempenho do treinador pode ser considerado regular, pois ele deixou a equipe na sexta posição da tabela, e ao todo foram 48 jogos, 23 vitórias, 12 empates e 13 derrotas.
Fernando Diniz
Um dos principais nomes da “nova geração” após ter se destacado no Osasco Audax, Fernando Diniz foi contratado pelo Atlético-PR no dia 3 de janeiro. O clube o tinha como plano B, e optou pela contratação após ter fracassado na negociação com Clarence Seedorf.
O trabalho de Diniz no Furacão, contudo, foi um dos mais curtos e decepcionantes da temporada. O comandante foi demitido depois de apenas 12 rodadas do Campeonato Brasileiro, quando a equipe amargava a vice-lanterna da competição, com nove pontos ganhos.
Com apenas cinco vitórias em 21 jogos e aproveitamento de 34%, Diniz deixou o Atlético como o pior treinador dos últimos 10 anos. Um técnico não tinha um desempenho tão ruim no clube desde Roberto Fernandes, que em 2008, realizou 15 partidas e saiu com 28,8% de aproveitamento. Ao final da temporada, Fernando Diniz foi anunciado como treinador do Fluminense para a temporada 2019.
(Fonte: Gazeta Esportiva)
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