Morre maratonista olímpica que teve corpo queimado por namorado

A maratonista ugandesa Rebecca Cheptegei, de 33 anos, faleceu quatro dias após ser queimada pelo namorado. O crime ocorreu em Quênia, país no leste da África. A informação foi divulgada pelo presidente do Comitê Olímpico do Uganda nesta quinta-feira (5). Ela teve falência múltipla de órgãos.

A atleta que competiu na maratona dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 em agosto e terminou na 44ª posição, morreu por volta das 5h30 desta quinta, conforme anunciado por Kimani Mbugua, médico responsável pela UTI do Moi Teaching and Referral Hospital (MTRH) em Eldoret. 

Rebecca foi internada em estado grave depois de ter sofrido um ataque em sua casa, no Quênia no último domingo (1º). Segundo a imprensa internacional, ela teve 80% do corpo queimado.

"Os ferimentos cobriam a maior parte de seu corpo. Isso levou à falência de múltiplos órgãos. Fizemos o nosso melhor, mas não tivemos sucesso. Considerando a idade e as queimaduras em mais de 80% do corpo que ela sofreu, a esperança de recuperação era pequena", detalhou o médico.

O Comitê Olímpico do Uganda lamentou a morte da atleta. "Estamos profundamente tristes em anunciar o falecimento de nossa atleta, Rebecca Cheptegei, no início desta manhã (de quinta-feira), que tragicamente foi vítima de violência doméstica. Como federação, condenamos tais atos e pedimos justiça. Que sua alma descanse em paz. " informou a Federação Ugandense de Atletismo.

De acordo com um boletim policial consultado pela AFP, o suspeito, identificado como Dickson Ndiema Marangach, invadiu a propriedade de Rebecca no domingo (1º), enquanto ela estava na igreja com suas filhas.

A atleta vivia com sua irmã e as duas filhas em uma casa em Endebess, a 25 quilômetros da fronteira com Uganda, conforme informado por seu pai, Joseph Cheptegei. Ao retornarem da igreja, o suspeito jogou gasolina no corpo de Rebecca e ateou fogo na frente das filhas, de 9 e 11 anos, segundo o jornal The Standard.

O boletim policial descreve Rebecca Cheptegei e Dickson Ndiema Marangach como "um casal que frequentemente tinha discussões familiares".