Ícones do futebol marcam presença no adeus a Adílio, ídolo do Fla

Ídolos, amigos e familiares compareceram para dar o último adeus a Adílio, craque da história do Flamengo, que faleceu aos 68 anos nesta segunda-feira (5). Ele estava internado no Hospital Rios D'or, na Freguesia, na Zona Oeste, onde travava de um câncer no pâncreas. O corpo do ex-jogador foi velado nesta terça-feira (6) no Ginásio Hélio Maurício, na sede da Gávea, na Zona Sul do Rio.

Grandes nomes da história do Flamengo, principalmente da geração vitoriosa da década de 1980, marcaram presença no velório, como Zico, Junior, Leandro, Bebeto, Zinho, Mozer e Nunes. Outras personalidades importantes no mundo da bola estiveram no local, como o ídolo do Botafogo, Afonsinho, e o ídolo do Fluminense e tetra campeão do mundo com o Brasil, o lateral Branco.

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Clubes deixam rivalidade de lado e prestam homenagem a Adílio

Companheiro de Adílio e campeão mundial em 1981 pelo Rubro-negro, Zico lamentou a partida do amigo e o descreveu como uma pessoas diferenciada.

“Ele era um cara diferenciado como ser humano e profissional. Ele fazia aquilo que gostava de fazer, que era jogar futebol. Ele era simples, calmo, não perturbava ninguém, não se irritava com ninguém. Ele era demais e os adversários dentro de campo sentiam isso. Agora ficam os sorrisos, as lembranças, as brincadeiras e as histórias. Ele era aquele irmão que não era de sangue, mas que fazia parte da nossa família”, disse Zico, que também relembrou momentos vividos ao lado de Adílio.

Adílio foi um dos grandes do futebol e tive o privilégio de jogar ao lado dele, ser campeão junto com ele. A gente tinha um bom entendimento dentro de campo e jogávamos quase que em paralelo um ao outro. Um sempre sabia o que o outro ia fazer e esperávamos para colocar o companheiro na cara do gol

José Alberto, de 71 anos e torcedor do Flamengo, se disse abalado pela perda de um ídolo que marcou uma geração.

“Adílio foi um dos maiores jogadores da história do Flamengo. Era muito craque, dominava o meio de campo. Jamais vamos esquecer o que ele fez pelo clube, os títulos, principalmente pelo gol na final do Mundial de Clube contra o Liverpool em 1981. É realmente muito triste quando um grande ídolo se vai. Eu te amo, Adílio”, expressou o torcedor.

Ex-camisa 9 no título do Mundial de Clubes de 1981, Nunes, de 70 anos, exaltou Adílio e expressou sua tristeza com a morte do amigo.

“Tenho tanta história com o Adílio. Lembro que ele pulou o muro do Flamengo, aqui da Gávea, pra fazer teste e logo foi aprovado. Ele se tornou esse craque e ídolo admirável. É realmente uma perda muito grande. Nós estamos muito tristes. Agora ele está la do lado de Deus e temos certeza que lá de cima ele está nos observando. Vai com Deus e obrigado, meu amigo”, comentou o ex-camisa 9 do Mengão.

Nunes aproveitou para pedir ao Flamengo que faça uma homanagem a uma das maiores personalidades da história do clube.

Espero que no domingo a gente faça uma homenagem para ele junto com a torcida do Flamengo. Vamos entrar com a camisa do Flamengo no número dele e fazer uma homenagem a ele junto com a Nação, que ele merece. Era uma pessoa maravilhosa”

Diversas coroas de flores foram expostas no ginásio em forma de homenagem ao ex-jogador do Flamengo. “Ao eterno ídolo Adilio, vai com Deus”, diz umas das faixas. Alem disso, dezenas de torcedores vestindo a camisa do Rubro-negro, exibindo bandeiras e cartazes estiveram no velório para dar adeus de perto ao ídolo que marcou o nome na história do clube e do futebol brasileiro.

Após a reza, todos os presentes entoaram uma longa salva de palmas, gritaram o nome do Adílio e cantaram o hino do Flamengo. Ele deixou três filhos, Sonny, Adílio Filho e Bruna, e a esposa Sônia. O corpo do ex-jogador será enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, após as 14h.

Flamengo presta homenagem

Nas redes sociais, o Flamengo prestou uma linda homenagem ao ídolo, com frases e vídeos relembrando a trajetória de Adílio pelo Rubro-Negro.

"As asas de um moleque sonhador o fizeram superar qualquer muro. Os campos da Gávea construíram amizades angelicais. Seus pés pareciam flutuar com a bola nos pés e foi assim que Adílio conquistou o mundo vestindo o Manto Sagrado. Seu sorriso, sua generosidade e sua bondade encantaram a quem o conheceu. O símbolo máximo do rubro-negrismo expresso no abraço infinito: comemorar gol de título com os braços rumo aos céus, dando jeito para cabermos milhões de nós na catarse de euforia, amor e paixão", postou o Flamengo.

Lembraremos para sempre da generosidade, do sorriso e da bondade de um anjo que tivemos o privilégio de conhecer. O craque Adílio nos encantou dentro e fora dos campos. pic.twitter.com/GVfZFbhbxa

— Flamengo (@Flamengo) August 5, 2024

Seus gols, dribles e comemorações marcaram para sempre a história do Mais Querido. Todo rubro-negro tem o privilégio de poder reverenciar o "Brown" como integrante da prateleira mais alta do nosso panteão", escreveu o Mengão nas redes sociais.

Adílio infinito. pic.twitter.com/xRWDSHWuu7

— Flamengo (@Flamengo) August 5, 2024

Quem era Adílio?

Adílio de Oliveira Gonçalves nasceu no dia 15 de maio de 1956 e fez sua estreia pelo Flamengo em 27 de abril de 1975. No clube, o camisa 8 disputou 617 jogos, entre 1975 até 1987, e marcou 129 gols, se tornando o 14º maior artilheiro da história do clube.

Com o Manto Sagrado, o ídolo conquistou cinco Cariocas (1978, 1979 duas vezes, 1981 e 1986), três Brasileiros (1980, 1982 e 1983), uma Libertadores (1981) e um Mundial de Clubes (1981). Adílio foi autor de um dos gols na final do mundial contra o Liverpool e o terceiro jogador que mais vestiu a camisa do Mengão.

O camisa 8 fez história no clube carioca e firmou uma eterna dupla com Zico, maior ídolo da história do Flamengo. Com a camisa do Mengão, Adílio ficou marcado pela geração vitoriosa. "Seus gols, dribles e comemorações marcaram para sempre a história do Mais Querido. Todo rubro-negro tem o privilégio de poder reverenciar o "Brown" como integrante da prateleira mais alta do nosso panteão", escreveu o Mengão nas redes sociais.

Adílio se destacava pela sua qualidade e técnica refinada, sendo um dos maiores meio-campistas do futebol na década de 1980. Após encerrar a carreira, o ex-jogador se arriscou sendo técnico da base do Flamengo, conquistando os títulos do Campeonato Carioca de 2005, 2006 e 2007 com a equipe sub-20

Adílio nos ensinou que o grito de MENGO é como uma palavra mágica que resolve tudo, desata todos os nós. Que nessas cinco letras, cabem todas as nossas emoções e todos os nossos valores. ❤️🖤 pic.twitter.com/AOvH7Eae6g

— Flamengo (@Flamengo) August 6, 2024

Clubes deixam a rivalidade de lado

O Botafogo prestou sua homenagem, lembrando a importância de Adílio para o futebol brasileiro. "O Botafogo de Futebol e Regatas lamenta o falecimento de Adílio, grande jogador do futebol brasileiro e ídolo do Flamengo. O Clube deseja força aos familiares, amigos e torcedores neste momento difícil", publicou na rede social “X”, antigo Twitter.

O Fluminense publicou uma mensagem emocionante, reconhecendo o legado de Adílio no futebol carioca. "Adílio, um dos grandes talentos da história do futebol carioca, nos deixou nesta segunda-feira. Ídolo do nosso rival Flamengo, Adílio foi um adversário leal durante tantos Fla-Flus. Hoje, fica nossa solidariedade a familiares, amigos e à torcida rubro-negra", escreveu o clube tricolor.

Já o Vasco da Gama se solidarizou com a perda de um dos grandes nomes do futebol carioca. "Lamentamos profundamente o falecimento do ex-jogador Adílio, ídolo do nosso rival. Descanse em paz! Muita força aos familiares, amigos e fãs neste triste momento", escreveu o clube cruzmaltino.