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Parque Lage inaugura exposição coletiva e interativa no Dia do Trabalhador
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, inaugura neste sábado (1º), Dia do Trabalhador, a mostra coletiva Hábito/Habitante, cujo nome toma por empréstimo dois termos de uma série de 1985, de Martha Araújo, artista plástica alagoana e ex-aluna da instituição.
Nas Cavalariças e na Capelinha, a exposição reúne obras de mais de 40 artistas brasileiros de diferentes gerações e apresenta um arco de trabalhos que partem da década de 1960 e apontam para as coletividades. A curadoria de Ulisses Carrilho é pautada por conceitos como vigilância, controle e captura dos corpos, discutidos em “1984”, clássico de George Orwell. São cerca de 60 obras que aludem a discursos sociais e refletem sobre ideias como “hábito”, “repetição” e “distância”, que foram radicalmente reorientadas pela pandemia da Covid-19.
Inicialmente elaborada para integrar a programação da UIA 2020 RIO - 27º Congresso Mundial de Arquitetos, a exposição propõe uma reflexão sobre as diferentes formas de habitar o espaço – físico ou virtual – e exibe trabalhos de artistas de diferentes gerações, como Anna Bella Geiger, Cildo Meireles, Diambe, Ernesto Neto, Guga Ferraz, Hudinilson Jr (1957-2013), Martha Araújo, PV Dias, Ricardo Basbaum, Tadáskía, Wanda Pimentel (1943-2019) e 3nós3.
Para não incentivar a aglomeração, as Cavalariças e a Capelinha dão lugar a uma espécie de estúdio, em que os projetos de arte, artistas e o público reduzido compõem um grande cenário. Ao invés do “cubo branco”, o espaço foi pintado em verde chroma key, onde a grande tela atua como suporte para que os visitantes, com seus celulares,
absorvam o conteúdo disponível numa plataforma digital.
Uma aplicação desenvolvida especialmente para a exposição será disponibilizada como filtro de Instagram. Ao vivo,
ao adicionar suas próprias imagens como pano de fundo dos trabalhos apresentados, o espectador assume a função de “diretor” deste espaço de transmissão, capaz de ampliar o acesso para todo o Brasil.
Para Carrilho, curador da exposição, Hábito/Habitante reforça a importância das coletividades, com uma investigação sobre como o cotidiano dos espaços influencia e dá forma às pessoas.
“Para além dos aspectos práticos, objetivos e diretivos, nos interessa pensar a arte como articulação coletiva. Esta mostra é a favor do isolamento, mas contra a solidão”, disse.
Ulisses aponta ainda que a arte pode agir através da força e resistência dos artistas e por isso a exposição será inaugurada no Dia do Trabalhador.
“É momento de entendermos e renegociarmos a maneira como criamos e exercemos alianças. E como, apesar das distâncias, vamos exercitar a coletividade. Criar é uma estratégia para habitar o mundo. Essa não é uma mostra sobre arquitetura, pandemia ou história da arte, mas sobre os indivíduos, os usos das imagens e dos espaços. Não há ‘corpo médio’ e nem normalidade. Certos corpos nunca foram convidados à coletividade”
Ulisses Carrilho, curador da exposição.
A exposição fica aberta ao público até o dia 28 de junho, e pode ser visitada de 9h às 17h, diariamente, com entrada gratuita e classificação livre. Por causa da pandemia, é necessário realizar agendamento prévio pelo site.
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage fica localizada na rua Jardim Botânico, número 414, no bairro de mesmo nome, no Rio de Janeiro.
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