Jiboia atravessa rua e assusta na Região Oceânica de Niterói

"Essa espécie é uma jiboia é extremamente comum, principalmente com o calor que tem feito atualmente. Serpentes, diferente da gente, são animais ectotérmicos e não conseguem regular a sua própria temperatura através do metabolismo. Com isso, elas precisam aproveitar o calor do dia para isso."

Claudio Machado, biólogo

O especialista ainda explica que os animais aparecem em ruas e residências em busca de alimentos. A diminuição do habitat natural também influencia em casos como esse de terça-feira (1).

"Elas procuram abrigo e alimento. O homem tem desmatado muito e faz uma ocupação urbana retirando os ambientes naturais dela. Com isso, a ligação de cobras e outros animais silvestres fica maior a cada ano que passa. Cobras, por exemplo, se alimentam muitas vezes de roedores e o homem também deixa muito lixo no ambiente, o que propicia o aparecimento desses animais. Automaticamente, as cobras vão atrás dos roedores e se aproxima das residências."

Cuidados

Segundo o Machado, a jiboia não é uma cobra venenosa e preferem o verão, uma época mais quente do ano, para se reproduzir. No entanto, o biólogo alerta para os cuidados com outras espécies de serpentes para que o número de acidentes envolvendo esses animais não aumente.

"Jiboias não são serpentes peçonhentas. Para um leigo, muitas vezes é difícil diferenciar. É importante lembrar que apenas 15% das serpentes tem veneno de importância médica. Uma boa parte das serpentes peçonhentas tem o que chamamos de fosseta loreal que é um orifício entre o olho e a narina. O importante se vir uma cobra é não se aproximar e, se precisar, chamar ajuda de equipes responsáveis para fazer o recolhimento de forma segura para a pessoa e para o animal e, principalmente, nunca matem as cobras. Ela está próxima da gente porque nós causamos isso modificando o ambiente. Ela é vítima e não vilã", sentencia.