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    Familiares e amigos acusam injusta prisão de estudante em SG

    Publicado 31/01/2022 às 17:33 | Atualizado em 01/02/2022 às 17:36 | Autor: Tiago Souza
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    Imagem ilustrativa da imagem Familiares e amigos acusam injusta prisão de estudante em SG
    |  Foto: Foto: Karina Cruz
    Vinícius está preso há mais de um mês no presídio Ary Franco, no Rio. Foto: Karina Cruz

    A família do estudante de Engenharia Civil, Luiz Vinícius Martins dos Santos, de 31 anos, tenta na Justiça provar a inocência do rapaz. Ele foi preso, no dia 28 de dezembro, na RJ-104, em São Gonçalo, acusado de tentar assaltar funcionários de uma empresa de cigarros.

    Acontece que o rapaz teria sido reconhecido por quatro funcionários da empresa. A defesa chegou a solicitar um habeas corpus, mas o pedido acabou negado pela Justiça.  

    Um vídeo que a família conseguiu obter de um estabelecimento comercial, às margens da rodovia, pode contribuir para provar a inocência do acusado, alerta a defesa.

    Ainda de acordo com a defesa de Luiz Vinícius, as imagens mostram ele sozinho conduzindo uma moto e logo em seguida aparece uma viatura da Polícia Militar.

    Segundo a defesa, o acusado passou em frente aos funcionários, que também estavam em motocicletas, e logo atrás surgiu uma viatura do 7º BPM (São Gonçalo), até ele ser abordado e preso. 

    A família garante que Luiz Vinícius havia acabado de sair de uma barbearia, no Arsenal, bairro onde mora, e seguia para Vista Alegre, para buscar um material, pois tinha um serviço de construção agendado para fazer na casa de um cliente em Maricá. 

    Familiares estranharam o desaparecimento do jovem, que não respondeu as ligações. 

    “Ele saiu de casa bem cedo por volta das 6h30, pois tinha agendado com o barbeiro para pintar o cabelo. A última vez que eu falei com ele foi às 9h27. Perguntei onde ele estava e ele disse que ainda estava na barbearia. Fez uma foto e me mandou, dizendo que ainda iria pintar o cabelo. Depois disso não conseguimos mais falar com ele”

    Aline Ornellas, esposa de Luiz Vinícius 

    Quase 24 horas depois, a família soube o motivo do paradeiro, ele estava preso na carceragem da Delegacia de Neves (73ª DP), embora o caso tenha sido registrado na Central da Flagrantes da Delegacia de Alcântara (74ª DP).  

    O que diz a polícia

    De acordo com o Boletim de Ocorrência, os policiais militares informaram que durante o deslocamento na rodovia, na altura do bairro Colubandê, avistaram quatro homens de moto, levando em seus respectivos bagageiros, aparente carga de cigarros, e que estavam em diálogo com outros dois motociclistas. Os policiais então suspeitaram da ação e acionaram a sirene da viatura dando ordem de parada. Acontece que a dupla se recusou e acelerou as motos, inclusive um deles teria entrado pela contramão e fugido, enquanto Luiz Vinícius acabou detido.   

    Os policiais relataram ainda que durante a abordagem nada de ilícito foi encontrado, e que o jovem estava com um telefone celular, mas que alegou não ser de sua propriedade. Segundo a família, o celular e a placa da moto foram apreendidos pela polícia. A moto ficou com os familiares.

    Os quatro funcionários da empresa de cigarros acusaram a dupla de ordenar que eles parassem os veículos e que um deles, Luiz Vinícius, teria levado a mão à cintura, simulando portar uma arma.  

    “Os policiais alegaram que havia outra pessoa em outra moto, só que essa segunda pessoa não aparece em nenhuma das filmagens que registraram o trajeto do meu cliente até ele ser abordado. Ele não estava armado, não tinha nada que comprovasse que ele iria tentar assaltar as quatro pessoas”, justificou o advogado Rafael Andrade. 

    Família contesta

    O pai do preso também se manifestou a respeito da acusação e informou que não houve fuga e que Luiz Vinícius teria parado logo após o pedido dos policiais.

    “Só sei que acabaram com a vida do meu filho. O sonho dele virou pesadelo. Meu filho não vai ficar preso porque ele não é ladrão, vamos correr atrás até ele ser solto”

    Sérgio Luiz Mendonça, pai de Vinícius

    A defesa acredita que o suposto homem que estaria com Luiz Vinícius pode ter sido inserido na ocorrência apenas para poder concluir a prisão do jovem. 

    “A polícia disse que viu ele com mais um elemento, mas cadê ele? Ao meu ver, esse segundo elemento surgiu para embasar uma prisão. Meu cliente não estava armado, não tinha nada que comprovasse que ele poderia tentar um assalto contra quatro pessoas”

    O processo segue na conclusão aguardando o resultado da revogação da prisão. De acordo com o advogado, a juíza ainda não se manifestou, a promotora foi contra o pedido de liberdade por duas vezes. 

    A família aposta que o vídeo serve de álibi para Luiz Vinicíus. No entanto, os familiares até o momento não foram ouvidos pela investigação.

    Moto

    A motociclieta do acusado estava sem a placa de identificação. A família justifica que no última dia 10 de novembro o condutor esteve no Detran, mas que a unidade não tinha os parafusos para colocar a placa e que por isso ele mantinha do bagageiro. O veículo, no entanto, foi identificado como pertencente a Luiz Vinícius.

    Manifestação

    Protesto interditou uma das faixas do sentido Niterói da RJ-104. Foto: Karina Cruz

    Familiares e amigos do estudante fizeram um protesto na manhã deste domingo (3) na RJ-104, altura do Arsenal, em São Gonçalo. Os manifestantes levaram faixas para a rodovia pedindo a liberdade de Vinícius, há mais de um mês preso no presídio Ary Franco, em Água Santa, na Zona Norte do Rio.

    O protesto aconteceu por volta das 9h30 e interditou uma faixa da via sentido Niterói.

    "O objetivo é mostrar que o meu filho é trabalhador. Se fosse uma pessoa de má índole, não teria esse movimento todo. Agora é esperar que a Justiça veja isso e faça a justiça verdadeira. O que fizeram com meu filho foi uma covardia. Só o fato de falarem que ele simulou um assalto, foi justificativa para ele ser preso"

    Sérgio Luiz Mendonça, pai de Luiz Vinícius.

    Policiais Militares do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) estiveram no local e auxiliaram o trânsito de veículos na região.

    Colaborou Rômulo Cunha

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