Professor constrange aluno durante palestra: 'Sou especialista por Harvard'

Durante uma palestra para cerca de 200 pessoas na escola Avenues, unidade de alto padrão, em São Paulo, um professor rebateu as falas de um estudante de 18  anos que defendia o setor do agronegócio. 

O aluno questionou as ideias que eram apresentadas na palestra por Sônia Guajajara, líder indígena filiada ao PSOL que disputou o cargo de vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos nas últimas eleições de 2018, e que foi convidada a falar sobre o tema. 

Professor rebateu falas de estudante que defendia o setor do agronegócio

Durante a exposição, a líder indígena criticou o setor agropecuário brasileiro e também opositores políticos. O estudante, que segundo entrevista dada ao Canal Rural, justificou o debate dizendo que tem familiares vindos do setor e que pretende empreender na área, contrapondo os argumentos da palestrante. O professor Messias Basques, que é doutor em Antropologia Social, não esperou Guajajara responder e interrompeu: 

Respeite-me porque sou doutor em antropologia. Não tenho opinião, sou especialista por Harvard. Isso é ciência. No dia em que você quiser discutir conosco, traga seu diploma e sua opinião, fundamentada em ciência. Aí você discute com um especialista em Harvard, com um doutor em antropologia no Museu Nacional

Repercussão

A história repercutiu na internet após ser revelada que o professor, que se intitulou como especialista por Harvard, na verdade, não era. Basques, em seu currículo na plataforma Lattes, incluiu o curso de Estudos Afro-Latino-Americanos, ofertado por um grupo internacional de estudiosos reconhecidos, mas reiterado pela descrição do curso, que não concede méritos ou implica a concessão de diploma acadêmico da universidade norte-americana.  

No Twitter, o termo "Harvard" chegou a ficar nos trends. Alguns usuários criticaram a reação do professor, chamando de desrespeitosa, e também se indignaram com a falsa declaração de Basques sobre ser especialista por Harvard.

Em nota, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Faesp/Senar-SP), repudiou as falas do professor, as quais destacou como "desrespeitosas".

"O professor deveria se atualizar sobre o fato de que a agropecuária brasileira utiliza amplamente o que existe de mais avançado em Ciência no mundo."