Polêmica
Uso de banheiro feminino por trans vira bate-boca em Niterói
Douglas Gomes e Benny Briolly discutiram na Câmara
Uma troca de acusações entre vereadores marcou a sessão plenária da Câmara Municipal de Niterói, na última terça-feira (22), quando eram discutidos os direitos da população LGBTQIA+.
Douglas Gomes (PL) e Benny Briolly (PSOL), primeira vereadora trans da cidade, protagonizaram o embate em torno do projeto de lei que visa a ampliar os postos de atendimento, além de qualificação e orientação dos profissionais de saúde no acompanhamento desse público.
O vereador tem se articulado pela aprovação de uma proposta que impede, por exemplo, que transexuais entrem em banheiros femininos.
Durante a sessão, Briolly disse a Douglas que vai “continuar entrando no banheiro em que sua esposa, suas filhas e em que todo mundo estiver”.
Douglas Gomes disse ter sido “atacado covardemente”, por ser contra o projeto de lei defendido pela colega.
“Fui atacado de forma covarde por defender o meu posicionamento contra o PL que previa a entrada de travestis em banheiros femininos das unidades de saúde de Niterói. Além dos ataques pessoais, minha família foi ameaçada! Nosso jurídico tomará as medidas cabíveis na comissão de ética e no âmbito judicial”, pontuou.
Em um vídeo publicado em rede social, Gomes questiona:
"Qual é o intuito de querer usar o banheiro com a minha esposa? Pra mim, isso é pior que qualquer ataque que venha atentar contra minha e a minha família. Qual é a regra que nós temos hoje? Não existe".
Durante o discurso, Benny explica:
"Vossas excelências podem ter discordância, mas eu estou falando de lei. Não se deixem cair na provocação de uma política pública nacional, que não tem a ver com questões de vestiários e outros espaços de acordo com a identidade de gênero, que a lei já nos garante, que é o projeto de saúde integral da população LGBTQIA+".
Após a repercussão do vídeo da sessão plenária, a vereadora Benny Briolly afirma ter encaminhado na quarta (23) um ofício ao Ministério Público, via Programa de Proteção Aos Defensores de Direitos Humanos, solicitando representação para que o vereador retire a postagem da internet.
Ela argumenta que de terça-feira, até o momento, "foram mais de 300 ameaças em comentários originados a partir da publicação, inclusive de morte, espancamento e hostilização".
Com isso, foi feito nesta sexta-feira (25), um registro na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) com as ameaças geradas a partir da publicação.
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