Transição
Sem citar Lula, Bolsonaro fala em 'injustiça' após derrota
Silêncio do candidato derrotado durou mais de 36h
O candidato derrotado nas eleições para presidente, Jair Bolsonaro (PL), quebrou o silêncio e fez o pronunciamento nesta terça-feira (1º), após mais de 36h dos resultados eleitorais. Em discurso, o liberal não reconheceu nem questionou a derrota nas urnas. O político também falou sobre as manifestações que acontecem nas estradas em vários estados brasileiros. O discurso durou menos de três minutos.
''Quero começar agradecendo os 58 milhões de votos que recebi. Os movimentos são frutos de indignação e de um sentimento de injustiça. Manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas'', disse em primeiro momento.
''A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta participação no Congresso mostra nossos valores. Nosso sonho segue mais vivo do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso'', garantiu.
Ele também falou sobre seu rótulo de presidente antidemocrático e garantiu que atua dentro da constituição do país.
''Sempre fui rotulado como antidemocrático, mas sempre joguei dentro das quatro linhas da constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros, que como eu defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião'', declarou
O presidente da Casa Civil, Ciro Nogueira (PL), falou logo após Jair Bolsonaro. Ele informou que irá tratar da transição e se referiu a Lula (PT) como 'presidente'.
Urnas
Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República neste domingo (30) ao derrotar em segundo turno o liberalista. O ex-presidente retorna ao cargo após hiato de 12 anos. Essa é a terceira vez que o petista assume a posição — algo inédito no pleito majoritário.
Com 100% das urnas apuradas, Lula teve 60.345.999 milhões de votos (50,90% dos válidos), e Bolsonaro, 58.206.354 milhões de votos (49,10%). Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
É tradicional que candidatos derrotados liguem para os adversários e, logo após, realizem um pronunciamento público reconhecendo a derrota. Contudo, Bolsonaro 'demorou' para tomar a inciativa.
"Vocês sabem que a gente vai ter que ter um governo para conversar com muita gente que está com raiva. Em qualquer lugar do mundo, o presidente derrotado já teria ligado para mim reconhecendo a derrota. Ele, até agora, não ligou, não sei se vai ligar e não sei se vai reconhecer", chegou a alegar Lula, durante seu discurso de vitória na Avenida Paulista na noite de domingo.
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