Política
'Moeda social vai cair como uma luva', garante Dimas em SG
Por Matheus Merlim
O médico sanitarista Dimas Gadelha, de 45 anos, é a aposta do Partido dos Trabalhadores (PT) para vencer as eleições em São Gonçalo. Foi secretário de Saúde da cidade entre os anos de 2015 e 2018, perpassando as gestões de Neilton Mulim (PR) e José Luiz Nanci (Cidadania). Apesar da participação na atual gestão, pondera duras críticas ao chefe do Executivo na corrida eleitoral e traz como apoio nomes fortes nas cidades vizinhas, como Rodrigo Neves (PDT), Fabiano Horta (PT), além de Washington Quaquá (PT).
Natural da Paraíba, chegou em São Gonçalo com 13 anos, mais especificamente ao bairro Trindade. Formou-se em Medicina e fez especializações em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
No campo político, após deixar a Secretaria de Saúde de São Gonçalo, tentou se eleger em 2018 como deputado federal pelo Democratas (DEM), partido de centro-direita, e teve pouco mais de 16 mil votos. Desta vez, tenta a eleição pelo Partido dos Trabalhadores (PT), legenda de esquerda, na chapa com o ex-vereador e advogado Marlos Costa (PDT).
O candidato promete incorporar em São Gonçalo o que considera como os maiores feitos das gestões em Niterói e Maricá dos últimos anos, a principal das propostas é a criação da moeda social 'Tamoio'.
- Por que São Gonçalo precisa de Dimas Gadelha como prefeito pelos próximos quatro anos?
Porque Dimas Gadelha com certeza é o mais preparado para governar essa cidade, porque traz com ele a experiência e as políticas que foram implantadas em Maricá e Niterói que deram certo. É o mais preparado porque se especializou em Saúde Pública. Tenho a capacidade de ser criativo, de criar possibilidades políticas intersetoriais que dialoguem com propostas múltiplas. O que a gente quer hoje é a construção de uma grande frente progressista que envolva os municípios de Niterói e Maricá, que são cidades que podem e vão ajudar muito São Gonçalo. Há possibilidade de a gente dialogar com esses municípios, construir consórcios para transferência de knowhow, de experiência técnica deles e até de administrar alguns projetos em conjunto, como a questão do lixo, do saneamento básico, da mobilidade urbana.
- O que o senhor considera como principal problema na gestão municipal de São Gonçalo?
A gente tem causa e tem efeito. Se for pelo lado do efeito, podemos elencar Saúde e Segurança como principais problemas de São Gonçalo. Mas se for pelo lado da causa, não utilizar o orçamento do município para criar possibilidade de emprego e renda é a grande causa de todos os outros problemas. O principal problema da cidade hoje é a gente criar possibilidade para que o gonçalense tenha sua renda, sua vida resolvida dentro da cidade. Aí a cidade deixa de ser dormitório.
- E o que o senhor faria de diferente para resolver esse problema?
Utilizar o orçamento da cidade. Como por exemplo em decisões simples. O simples fato de você, ao invés de contratar uma empresa de lixo municipal, criar a própria empresa gerando empregos e a possibilidade de ter um programa de coleta seletiva. Se por um lado, a gente tem muito lixo na cidade, por outro tem uma população extremamente carente de renda. São Gonçalo tem uma vocação hoje muito grande para comércio, já teve no passado para a indústria. Precisamos pensar as ações a curto prazo para que a cidade possa se estabelecer, investir nas oportunidades locais, em uma moeda local.
- Qual a análise que o senhor faz dos seus adversários?
O próprio prefeito já provou em quatro anos, é o suficiente para a gente entender que não tem política nenhuma para desenvolver a cidade. É um prefeito que governa para os empresários, isso está claro. Tem que ter alguém que já tenha tido experiência, que tenha passado pela oportunidade e que tenha mostrado que já foi capaz de realizar. Não dá para ser qualquer um, não dá para ser uma experiência. Não dá para ser uma surpresa, como foi o governador Wilson Witzel.
- A disputa eleitoral em São Gonçalo tem o costume de ir ao segundo turno. Caso o senhor avance, há possibilidade de estabelecer alianças com adversários? E se o senhor não estiver, vai apoiar alguém?
Não penso nessas alianças agora não. A gente já tem uma aliança muito boa, com o povo e com os gestores de Niterói e Maricá, que mudaram a lógica dessas cidades. Mas, acho que não é o momento de pensar nisso. Prefiro deixar essa decisão para depois que ela tiver acontecido. Vamos ter mais fatos, o cenário vai estar mais claro. E a gente vai entender melhor a situação para poder estabelecer essas alianças. Com certeza, candidatos de Direita, não.
Emprego e renda
Apesar de elencar a Saúde como uma das prioridades, Dimas acredita que é preciso dar uma atenção especial ao lado social e econômico dos gonçalense. Incorporando os moldes da 'moeda Mumbuca', projeto implantado em Maricá, o candidato quer criar em São Gonçalo a 'moeda social Tamoio'.
"São Gonçalo é uma cidade que tem o comércio local muito forte. São 1,2 milhão de habitantes que precisam comer, se vestir, ter suas necessidades diárias preenchidas. Quem consegue abastecer essas demandas é o comércio local. Então a moeda social em São Gonçalo vai cair como uma luva, vai gerar um círculo virtuoso para a cidade, porque a partir do momento que a gente amplia a cobertura, passa a colocar mais dinheiro da moeda local"
Tarifa zero
Dimas também pretende criar a Empresa Municipal Pública de Transportes, implantando inicialmente três rotas, chamada de 'rotas vermelhas', também inspiradas em Maricá, com tarifa zero.
"Uma rota vai sair de Monjolos, passando por Santa Luzia, pegando a linha férrea, Alcântara e indo até Neves. Outra rota também saindo de Monjolos, vai até Alcântara. E a terceira rota sai do Rio do Ouro, entra na Avenida Maricá, vai até Neves, pela Rua Dr. March, e volta", explica.
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