Evangélicos
Lula fala em Deus e acusa Bolsonaro de roubar 7 de setembro
Ex-presidente esteve em São Gonçalo nesta sexta-feira (9)
Com o objetivo de ganhar terreno no eleitorado evangélico, o ex-presidente e candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), esteve nesta sexta-feira (9), em São Gonçalo, fazendo um claro aceno para conquistar essa parcela do eleitorado.
Faltando menos de um mês para as eleições, o candidato, que aparece à frente nas pesquisas à corrida ao Palácio do Planalto, tenta aparecer mais no setor em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) nada de braçadas.
O ato começou às 10h20, com um grupo evangélico tocando músicas para o público que encheu as arquibancadas do clube Tamoio. Líderes religiosos também marcaram presença no encontro, como pastores e missionários.
Às 10h25, o ex-presidente chegou ao local acompanhado de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). Pastores pediram bênçãos para Lula, sua família e toda sua equipe, para que eles consigam realizar uma jornada de bem e combate à fome no Brasil, com um discurso de paz.
Após receber uma 'Carta de Apoio', planejada pelo núcleo evangélico do PT com os líderes religiosos, Lula pegou o microfone e discursou por cerca de 30 minutos ao eleitorado. Ele iniciou agradecendo a Deus por ter conseguido chegar à Presidência da República e citou a luta de sua mãe, que criou 8 filhos sem ajuda de seu pai, quem a abandonou, e usou isso para falar sobre sua admiração e projetos para a mulher.
"Por isso o cartão do bolsa família é no nome da mulher, porque a gente tem certeza que para cuidar do filhos, a mulher tem muito mais responsabilidade que o homem. O dinheiro tem que ser dado para a mulher, porque se for, eu tenho certeza que a comida vai chegar na boca da criança", afirmou o candidato.
O ex-presidente citou ainda a atual gestão de Jair Bolsonaro (PL) como um período de disseminação das notícias falsas, e repudiou o fato de um chefe do Executivo disparar mentiras para o Brasil. Lula também citou o 7 de setembro, afirmando que o rival roubou a solenidade do povo brasileiro.
"Um presidente não tem que mentir. Quanto mais verdade ele falar, mais será bom para o Brasil. E eu acho que não poderemos ser governados por um presidente que adora mentir. A última que ele fez sabe qual foi? Roubou o 7 de setembro do povo brasileiro, que é uma data cívica nacional e ele fez uma festa para ele", disse.
O candidato também criticou líderes religiosos que estão usando palcos de igreja para conquistar votos políticos, fazendo alusão a nomes evangélicos que apoiam o atual presidente.
"Não é aceitável um pastor que diz que fala em nome de Deus mentir. Aliás, ninguém deve usar o nome de Deus em vão. Eu já fui 5 vezes candidato nunca fui em uma igreja tentar realizar um ato para conseguir voto", alfinetou.
Por fim, o candidato também criticou o programa criado pelo atual governo para substituir o 'Minha casa, minha vida', o 'Casa Verde e Amarela'.
"Eu vou voltar a governar esse país, e não vai ter casa amarela, vai ter casa da cor que vocês quiserem, porque minha casa e minha vida vai voltar. Nossas crianças vão voltar a ir para universidade. A gente vai melhorar a qualidade do ensino fundamental. Nós vamos voltar a criar emprego", finalizou.
Geraldo Alckmin subiu ao palco com um discurso direcionado aos pastores e citou a trajetória de Martin Luther King Jr. e sua jornada ao combate da desigualdade. O vice relembrou o trabalho social de Lula em sua luta pelos menos favorecidos.
"Nós viemos aqui para ouvir os pastores. Estamos aqui para combater o ódio, a violência. O futuro a gente constrói, chega de sofrimento. O Brasil precisa mudar, do Sul ao norte do Brasil, a gente ouve para voltar o emprego, a renda, melhorar o salário mínimo. Volta Lula!", disse Alckmin. O evento teve a presença do candidato a governador do Rio, Marcelo Freixo (PSB), além de Benedita da Silva (PT), André Ceciliano (PT), que concorre a uma vaga ao Senado, e Fabiano Horta (PT), prefeito de Maricá.
Ku Klux Klan
Lula esteve presente nesta quinta-feira (8) em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, para um comício com seus apoiadores. Durante fala, ele atacou Jair Bolsonaro (PL) e comparou as comemorações do 7 de setembro como uma festa pessoal do presidente.
O petista também acrescentou que as atitudes do atual presidente e seus apoiadores durante a solenidade muito se assemelhou a atos do grupo supremacista Ku Klux Klan.
"Foi uma coisa muito engraçada o ato do Bolsonaro. Parecia uma reunião da Ku Klux Klan. Só faltou o capuz. Não tinha negro, não tinha pardo, não tinha pobre, trabalhador. O artista principal era o velho da Havan, que aparecia como se fosse o Louro José da campanha do Bolsonaro", disse o candidato.
Bolsonaro respondeu a fala do petista nesta sexta-feira (9), através de seu perfil no Twitter. Em um vídeo em que seus apoiadores aparecem repassando uma nota de R$ 5, até chegar em um ambulante, afirmando 'aqui não tem ladrão', ele postou um comunicado.
"Parece que o ex-presidiário se sentiu excluído após esse vídeo. Em resposta, chamou o povo de "cuscuz clã", talvez porque assistiu a milhões de brasileiros vestindo amarelo", publicou o presidente.
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